Deputado pede afastamento de promotora por postagens nazistas
Corregedoria Nacional do Ministério Público deu prazo de dez dias para que Marya Olimpia explique as publicações
Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília
Em um pedido encaminhado à Corregedoria Nacional do Ministério Público, o deputado distrital Fábio Félix (PSOL-DF) pede que a promotora Marya Olimpia Ribeiro Pacheco, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), seja afastada do cargo por 120 dias. Marya realizou diversas postagens de teor nazista em seu perfil no Facebook.
De acordo com o parlamentar, o afastamento se faz necessário para apuração do fato e até que ocorram outras sanções. No relatório, o deputado anexou ainda outras publicações da promotora com conteúdo homofóbico. Em nota ao R7, o CNMP informou que abriu reclamação disciplinar para apurar os fatos referentes à promotora e notificou Marya para que, no prazo de dez dias, explique-se sobre as acusações. Após a resposta, de acordo com o Conselho, a "Corregedoria Nacional do MP irá decidir que providências serão tomadas".
As postagens relacionadas ao nazismo foram publicadas em 2016, no Facebook da procuradora. Somente na quarta-feira (22), com a repercussão do caso, a rede social removeu o conteúdo. Marya fechou o acesso à conta. Algumas das publicações são acompanhadas de uma suástica, símbolo do regime totalitário liderado por Adolf Hitler.
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Em outra postagem, ela chama a homossexualidade de "movimento gayzista". No relatório enviado ao CNMP, o distrital destaca que Marya é a mesma promotora que arquivou, na semana passada, uma denúncia pela prática de homofobia por parte de um homem que oferecia na internet a chamada "cura gay", com suposta prática de reversão da homossexualidade - tática vedada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e por uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Mayra classificou o episódio como "exercício da liberdade de expressão".
Na sessão desta quinta-feira (23) da Câmara Legislativa do DF, o parlamentar destacou que a integrante do Ministério Público também fez publicações político-partidárias. "Nas redes sociais dela, ela usa todo o cardápio da extrema direita. Ela fala que é da milícia de Bolsonaro, faz propaganda antivacina, compartilha informações associando LGBTs a pedofilia e a crimes. Membros do Ministério Público não podem praticar política partidária", disse Fábio.