Índice Ceasa DF indicou inflação de 10,16% no mercado hortifruti do DF
Alto AstralNo mês de outubro, o ICDF (Índice Ceasa DF), que mede a inflação no mercado atacadista de hortifruti na capital, teve aumento de 10,16%. O levantamento foi apresentado por João Bosco Soares Filho, da Seção de Controle de Portaria e Estatística da Ceasa (Centrais de Abastecimento do DF), durante a apresentação da análise do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) da Codeplan (Companhia de Planejamento do DF).
Em outubro, conforme divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), a capital teve inflação de 1,25%, a maior para o mês desde 2002. E os preços do mercado de hortifruti da capital seguiram a alta do IPCA. Na mesa do brasiliense, os itens que mais impactaram no orçamento da família foram as frutas, seguidas pelos legumes.
Puxados pelo morango e pelo maracujá, as frutas representaram 70% do índice do mês. “Outubro foi um mês de percepção de alta de preço. O índice geral variou em 10,16%. O grupo das frutas teve aumento de quase 11%, o de legumes, beirou 9%, o de verduras ficou em 3,89%, e o de ovos e grãos ficou em 2,18%”, elencou João Bosco.
Segundo o técnico, o ICDF teve inflação acumulada de janeiro a outubro de 10,92%. Apesar da alta, o cenário é bem melhor que o do ano de 2020, que fechou com uma inflação de 32%. “Temos um ano mais razoável, mas aumentar menos não é cair. Há uma desaceleração do aumento. Ainda não é um alento”, ponderou.
Ao mesmo tempo em que o aumento de preços de janeiro a outubro é menos drástico do que a comparação com os 12 meses de 2020, o ano de 2021 também teve altos e baixos expressivos nos preços dos alimentos na capital. “Esse ano teve uma volatilidade mais alta, com queda forte de 19% em maio, e um aumento de 12,2% em julho, com uma recuperação de preços em setembro e outubro”, comentou João Bosco.
“O aumento de 10,92% captado pelas frutas, foi puxado pelo morango com quase 46%, depois o coco com 37%, mamão formosa, na casa dos 37%, todos apresentando altas bem sensíveis. Morango e maracujá são relevantes na produção local e entraram na entressafra ao mesmo tempo que as festas de fim de ano requisitam esses produtos. O mamão formosa também teve queda nas regiões produtoras, principalmente na Bahia”, explicou.
Os legumes, por sua vez, tiveram um aumento puxado, principalmente, pelo jiló, que teve alta de 65,58%, seguido pelo tomate, com 49,85%, a batata, com 22%, a cenoura, com pouco menos de 8%, e a cebola, com 7,39% de aumento no preço. O que segurou a inflação, nesse caso, foi o pepino, que teve queda de 24,35% por conta do aumento da produção.
As verduras tiveram reajuste de 3,89%, puxadas pela couve-flor, que teve alta de 33,81% no preço, alface americana, com inflação de 18,33%, alface lisa e crespa, com 18,33% e brócolis, com 11,07%. Já os ovos vermelhos tiveram alta de 4,13%, e os brancos de 3,24%. “Tiveram pressão dos custos de produção e demanda por conta da dolarização dos custos de produção, e uma demanda pelos produtos até por substituição de proteína da carne”, detalhou o técnico da Ceasa.