Dino determina à PF que investigue assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes
Segundo o ministro, medida deve 'ampliar a colaboração federal' nas investigações do caso, que completa cinco anos em março
Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou à Polícia Federal que instaure inquérito sobre o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018, no centro do Rio de Janeiro.
"A fim de ampliar a colaboração federal com as investigações sobre a organização criminosa que perpetrou os homicídios de Marielle e Anderson, determinei a instauração de inquérito na Polícia Federal. Estamos fazendo o máximo para ajudar a esclarecer tais crimes", anunciou o ministro em uma rede social.
Ao tomar posse no cargo, em janeiro, Dino prometeu atuar para desvendar os assassinatos e disse que era "questão de honra do Estado brasileiro" descobrir quem foi o mandante do crime.
"Disse à ministra Anielle [Franco, da Igualdade Racial] e sua mãe que é uma questão de honra o Estado brasileiro empreender todos os esforços possíveis e cabíveis, e a Polícia Federal assim atuará para que esse crime seja desvendado definitivamente e nós saibamos quem matou Marielle e quem mandou matar Marielle", afirmou o ministro.
Na última quinta-feira (16), Dino afirmou que a Polícia Federal vai intensificar o apoio à investigação sobre o assassinato de Marielle e Anderson, mas descartou federalizar por enquanto. "A primeira linha é trabalho em conjunto com MP-RJ [Ministério Público do Rio de Janeiro]. Se não houver resultado, vamos reavaliar isso. Não estamos abandonando a tese da federalização, estamos suspendendo a tese", disse o ministro.
Acusados pelo crime, o sargento da Polícia Militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Elcio Vieira de Queiroz foram presos. Segundo o Ministério Público, Lessa é o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson. Já Elcio é apontado como o motorista do veículo Chevrolet Cobalt usado no crime. No início de fevereiro, a Polícia Militar do Rio de Janeiro excluiu Lessa de seu quadro.