Distritais denunciam à PGR fala de Eduardo Bolsonaro que compara professores com traficantes
Ricardo Vale e Gabriel Magno, do PT, acionaram a Procuradoria para denunciar a declaração, feita em um evento pró-armas
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília
Os deputados distritais Ricardo Vale e Gabriel Magno, ambos do PT, pediram, nesta segunda-feira (10), providências da Procuradoria-Geral da República (PGR) a respeito das falas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que comparou professores com traficantes. O R7 procurou a defesa de Eduardo Bolsonaro, mas ainda não recebeu retorno.
"Não tem diferença entre um professor doutrinador para um traficante de drogas, que tenta sequestrar e levar os nossos filhos para o mundo do crime", disse o filho do ex-presidente em um evento pró-armas realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no domingo (9).
Em uma rede social, o deputado Eduardo Bolsonaro disse que sofre perseguição política.
Ricardo Vale entrou com uma representação ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, na qual solicita uma investigação criminal e medidas administrativas contra o deputado federal. Vale afirma que o parlamentar fez apologia "escancarada" do ódio contra professores e incitou "atentados ou ações que prejudicam pessoas e/ou instituições". O distrital pede ainda a “instauração de Procedimento de Investigação Criminal para apurar, em tese, a prática de crimes”, assim como a adoção de medidas administrativas e civis pertinentes.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
Já Gabriel Magno apresentou um ofício à PGR em que solicita uma investigação para responsabilizar Eduardo Bolsonaro pela fala contra os professores e protocolou duas moções na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) — uma de apoio aos professores e outra de repúdio às falas citadas. O distrital também apresentou um ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual relaciona as falas do federal aos atos extremistas do 8 de Janeiro e ao inquérito das fake news e solicita que a Corte "adote todas as providências cabíveis" para apurar a conduta de Eduardo Bolsonaro.
Na segunda-feira (10), o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou a abertura de uma investigação da Polícia Federal para apurar as mesmas falas de Eduardo Bolsonaro. Em uma postagem nas redes sociais, o ministro Dino não citou o nome do parlamentar, mas afirmou que o objetivo da PF deverá ser "identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias de atos criminosos".