Doria defende candidatura única para 'terceira via' nas eleições
Governador paulista ponderou que a definição de um caminho nesse sentido só será possível no segundo semestre
Brasília|Isabella Macedo, do R7, em Brasília
Pré-candidato à Presidência da República, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou, no fim da tarde deste domingo (30), que o país precisa de um “pacto nacional” pela democracia. Ele defendeu uma candidatura única da chamada “terceira via”. Doria participou de uma live promovida pelo grupo Parlatório, coordenado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), para discutir os desafios do país após as eleições de 2022. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também participou da live e declarou voto em Doria neste ano.
Doria afirmou que o país vive atualmente uma “tempestade perfeita” e um “desastre completo”, para os quais a solução é a democracia e um “pacto pela nação” conduzido pelo próximo presidente, que será eleito em outubro deste ano. Questionado sobre o que fazer para criar uma terceira via forte para enfrentar as candidaturas do atual presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Lula, Doria afirmou que uma candidatura única “faria sentido”.
“Teremos que ter competência, discernimento, paciência e tranquilidade para construir uma opção, eu diria fortalecida, se possível com uma única candidatura. Não é algo obrigatório, mas é algo que faz sentido, já que temos dois extremos liderando a campanha”, afirmou Doria.
O governador paulista declarou também que, apesar da defesa de uma opção nesse sentido, apenas a partir do segundo semestre, entre o fim de junho e o início de julho, haverá a possibilidade de que isso se viabilize. Doria citou os nomes dos também pré-candidatos Sergio Moro (Podemos), Simone Tebet (MDB), Rodrigo Pacheco (PSD) e Alessandro Vieira (Cidadania) como integrantes do que chama de centro democrático e liberal social.
Doria também defendeu que o "pacto nacional" necessário no pós-eleição reunir todos para que o Brasil possa "navegar por águas compartilhadas por todos". "Vamos partir do pressuposto que todos querem o bem do Brasil", afirmou. O pré-candidato tucano também defendeu um plano para recuperar a imagem do país em relação ao meio-ambiente, e disse que o tema não é "apenas para ambientalistas".
Sobre economia, o governador paulista defendeu o respeito ao teto de gastos - dispositivo inserido na Constituição em 2016, que limita os gastos do Executivo pela correção da inflação no ano anterior - em diálogo com o poder legislativo. O governador também afirmou ser contra a taxação de grandes fortunas.