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É inaceitável que promessa dos países ricos de US$ 100 bilhões por ano não saia do papel, diz Lula

Compromisso é de concessão do valor a países pobres no combate às mudanças climáticas; presidente discursou na COP28, em Dubai

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Lula durante sessão da COP28, em Dubai
Lula durante sessão da COP28, em Dubai

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (1º) ser inaceitável que a promessa de US$ 100 bilhões por ano para o combate às mudanças climáticas, assumida pelos países ricos, não saia do papel "enquanto, só em 2021, os gastos militares chegaram a US$ 2 trilhões". A declaração foi dada durante uma sessão plenária da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

"Os mais vulneráveis não podem ter que escolher entre combater a mudança do clima e combater a pobreza. Terão que fazer ambos. O princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, é inegociável. Ameaçá-lo vai na contramão de qualquer noção básica de justiça climática. Essa noção demanda que sejam cumpridas as obrigações de financiamento, de transferência de tecnologia. É inaceitável que a promessa de US$ 100 bilhões por ano assumida pelos países desenvolvidos não saia do papel enquanto, só em 2021, os gastos militares chegaram a US$ 2,2 trilhões", afirmou Lula.

Durante o discurso, Lula avaliou a meta do Acordo de Paris, de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC, como insuficiente e cobrou ações dos países ricos. "Temos um problema coletivo de inação, outro de falta de ambição. As Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) atuais não estão sendo implementadas no ritmo esperado", disse. Ele também afirmou que o Brasil reajustou os índices.

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"O Brasil ajustou sua NDC e se comprometeu a reduzir 48% das emissões até 2025 e 53% até 2030, além de atingir neutralidade climática até 2050. Nossa NDC é mais ambiciosa do que a de vários países que poluem a atmosfera desde a Revolução Industrial, no século 19. Mantemos o firme compromisso de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. Já conseguimos reduzi-lo em quase 50% nos dez primeiros meses deste ano, o que evitou a emissão de 250 milhões de toneladas de carbono na atmosfera", destacou.

O principal desafio da COP28 será aprovar o primeiro balanço global do Acordo de Paris. Trata-se de um processo criado para avaliar a resposta do mundo à crise climática a cada cinco anos. Em 2015, durante a COP21, na capital francesa, chegou-se ao consenso de que era preciso limitar o aquecimento global a 1,5°C. Para isso, cada país signatário estabeleceu metas próprias de redução de emissão de gases de efeito estufa (GEE), chamadas de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC).

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