Em decisão que mandou prender Silvinei, Moraes cita provável 'reverência' na PRF a ex-diretor
Ministro do STF ordenou prisão preventiva por entender que a liberdade de Vasques poderia 'comprometer a eficácia' da investigação
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
Na decisão que autorizou a prisão preventiva do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou as condutas de "gravíssimas" e afirmou que as novas diligências solicitadas pela Polícia Federal são "imprescindíveis para a completa apuração das condutas ilícitas investigadas".
Entenda a operação que levou à prisão do ex-diretor-geral da PRF
"Conforme destacou a autoridade policial, 'a manutenção do investigado em liberdade pode vir a comprometer a eficácia das diligências, já que, ainda que aposentado, é muito provável que haja uma reverência de tais policiais rodoviários federais'", disse.
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Segundo Moraes, "a conduta do investigado, narrada pela Polícia Federal, revela-se ilícita e gravíssima, pois são apontados elementos indicativos do uso irregular da máquina pública com o objetivo de interferir no processo eleitoral, via direcionamento tendencioso de recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores".
Mais cedo, a Polícia Federal prendeu o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a PF, os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro de 2022 e, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste.
À Record TV, a defesa de Silvinei disse, em referência ao mapeamento dos eleitores de Lula, que ele não pode ser responsabilizado por atos que tenham sido cometidos por outros. A defesa do ex-diretor da PRF disse ainda que "as operações no segundo turno foram coordenadas pelo Ministério da Justiça".
Os agentes cumprem dez mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte, além do Distrito Federal.
Em nota, a PRF informou que, paralelamente às investigações no STF, foram abertos três processos administrativos disciplinares para apurar a conduta de Silvinei. Os procedimentos foram encaminhados à Controladoria-Geral da União (CGU), órgão com competência para apurar a conduta do ex-diretor.