Nomeado por Torres, aposentado aos 47, 'câmara de gás' na gestão: saiba quem é o ex-chefe da PRF
Silvinei Vasques foi preso nesta quarta por suspeita de uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral de 2022
Brasília|Do R7, em Brasília
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi preso nesta quarta-feira (9) pela Polícia Federal por suspeita de uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral do ano passado. Ele foi nomeado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2021.
Silvinei Vasques tem 48 anos, nasceu em Ivaiporã, no Paraná, e faz parte dos quadros da PRF desde 1995. Na corporação, exerceu diversos cargos de chefia, como superintendente em Santa Catarina e no Rio de Janeiro. Também foi secretário municipal de Segurança Pública e de Transportes de São José, entre 2007 e 2008.
É graduado em ciências econômicas pela Universidade Federal de Santa Catarina e em direito pela Universidade do Vale do Itajaí. Além disso, é formado em segurança pública pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) e pela Escola Superior de Administração e Gerência da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc).
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Chegou ao cargo de direção na PRF em abril de 2021, ao ser indicado pelo então ministro da Justiça, Anderson Torres. Ele substituiu Eduardo Aggio.
Foi durante a sua gestão que ocorreu o assassinato de Genival de Jesus em um carro da Polícia Rodoviária. O caso aconteceu em maio de 2022, em Sergipe, e ficou marcado pela imagem de Genivaldo fechado no porta-malas de uma viatura da PRF junto com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.
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Polêmicas e investigações
O ex-diretor-geral da PRF também se envolveu em uma polêmica ao publicar, em uma de suas redes sociais, um post em que pedia votos para Bolsonaro nas eleições de 2022. Em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, Vasques afirmou que tinha uma relação "profissional" com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Eu não tenho nenhuma relação íntima com o [ex-]presidente da República e quando falei com ele pessoalmente em algumas vezes foi para pedir reestruturação [de carreiras], um orçamento maior. Foram essas as conversas, a gente não tinha nada mais do que isso.
A operação que resultou na prisão de Vasques apura se integrantes da PRF teriam direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no segundo turno.
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De acordo com a PF, os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano. No dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste.
Aposentadoria
Em dezembro de 2022, Vasques foi dispensado do cargo de diretor-geral e, no mesmo mês, a PRF concedeu a aposentadoria voluntária ao ex-diretor. Na época, ele tinha 47 anos.
Segundo o site da PRF, o último pagamento para Vasques foi feito no mês de junho. O valor pago é de R$ 12.952,38, com as deduções.