Alckmin e Ibaneis falam de importância de debater ética médica e avanços tecnológicos
Ambos falaram na abertura da Conferência Mundial de Bioética, Ética Médica e Direito da Saúde, sediado pela 1ª vez na América
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília
O Distrito Federal sedia a partir desta quarta-feira (24) a Conferência Mundial de Bioética, Ética Médica e Direito da Saúde, evento realizado pela primeira vez no continente americano. A programação conta com 211 palestrantes de 23 países e quase 500 pessoas inscritas. A 16ª edição vai debater avanços tecnológicos, uso de IA (Inteligência Artificial) e pesquisas em seres humanos, por exemplo. Durante a abertura, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, destacaram a importância de o Brasil sediar um evento de destaque internacional.
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“Se a ética é complexa do ponto de vista filosófico, ela é ainda mais complexa no nosso desafio da bioética, ou seja, da ética das relações humanas com o mundo animal e o meio ambiente. Por isso, é uma honra receber essa conferência, pela primeira vez no Brasil e nas Américas”, disse Alckmin.
Ibaneis destacou que a oportunidade de sediar a Conferência é resultado do trabalho feito na capital do país. “Nós somos a segunda cidade mais segura do país e fomos eleitos como a capital com melhor qualidade de vida para a população. Estamos fazendo um longo trabalho para incentivar o turismo nacional e internacional”, disse.
O governador do DF acrescentou que o Aeroporto Internacional de Brasília conta com voos diretos para diversos destinos e países vizinhos. “Nós temos aqui todas as condições de receber eventos, tanto nacionais como internacionais. Essa Conferência Mundial de Bioética do Conselho Federal de Medicina demonstra exatamente que a cidade é capacitada”, reforçou.
O evento começou às 10h desta quarta-feira e segue até sexta-feira (26), com debates científicos em mais de 70 tópicos e subtópicos em diferentes áreas. Entre os palestrantes, cerca de 90 são brasileiros. Em relação aos inscritos, aproximadamente 10% dos 500 são pessoas vindas do exterior. O público será composto, em sua maioria, por médicos e advogados, mas também contará com psicólogos, professores, pesquisadores, juízes e veterinários.
Resposta para dilemas
Presidente do CFM, José Hiran Gallo, afirmou que o conselho “trabalha para construir pontes que permitam um diálogo e uma construção de medicina de qualidade”. “O debate está justamente para responder dilemas dos profissionais e abrir espaços de reflexão”, disse.
Gallo acrescentou que o debate será múltiplo. “Esta não é apenas mais uma edição, mas um evento marcante, com concessões para projetos científicos. Os organizadores se preocuparam com a justiça global e com os diferentes povos, utilizando inglês, português e espanhol com uma sensibilidade regional para que o debate ético e as contribuições sejam mais abrangentes”, explicou.
No rol de debates estão previstos análises sobre pesquisas em seres humanos, uso das tecnologias como Inteligência Artificial e novos tratamentos de doenças. Para o presidente da Frente Parlamentar da Medicina, senador Hiran Gonçalves, o evento pode trazer avanços para o debate ético.
“A conduta dos médicos e médicas é um princípio de preocupação. Não só dos profissionais de medicina, mas de todos os profissionais de saúde. A medicina vive um período de profunda transformação, com novas descobertas abrindo portas para tratamentos inovadores. No entanto, isso também faz surgir novos desafios que requer reflexão profunda”, ressaltou.