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Em Manaus, Lula anuncia medidas de combate à seca na Amazônia

Presidente visita o Amazonas em meio à situação de emergência enfrentada pelas 62 cidades do estado em função da estiagem

Brasília|Do R7


Todos os 62 municípios foram afetados pela seca Rafa Neddermeyer/Agência Brasil - Arquivo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda no Amazonas nesta terça-feira (10) e vai anunciar um pacote de medidas de combate à seca na Amazônia. No fim de agosto, o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), declarou, situação de emergência nos 62 municípios amazonenses devido aos efeitos da estiagem que atinge o estado. Segundo informações da Defesa Civil do estado, a seca já afetou ao menos 340.333 pessoas de 85.089 famílias.

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O tempo seco tem feito com que o estado registre mais focos de incêndio. De janeiro até esta segunda-feira (9), foram 17.181 pontos de calor — no mesmo período de 2023, foram 11.518. A maioria dos focos deste ano foi registrada em agosto, com 10.328.

Outra consequência da seca é a queda na cota do rio Negro, um dos principais do estado. O nível tem baixado desde junho, e a medição mais recente feita pela Defesa Civil indica que a cota do rio está em 17,73 metros. A mínima histórica foi registrada em outubro do ano passado, com uma marca de 12,70 metros.

Leia também: Brasil vive em 2024 seca de maior extensão e intensidade dos últimos 70 anos


Em outubro de 2023, o governo federal destinou R$ 138 milhões para medidas emergenciais contra a seca no Amazonas, que foram utilizados em ajudas humanitárias e no reforço ao combate a incêndios. Na ocasião, todos os 62 municípios foram afetados pela seca.

Em junho deste ano, o governo federal criou uma sala de situação para acompanhar queimadas, seca, desmatamento e outros eventos no Pantanal e na Amazônia, que no ano passado enfrentou a pior seca da história e corre o risco de lidar com um período de estiagem ainda mais severo em 2024, segundo o Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia).


Durante a passagem pelo estado nesta terça, Lula vai visitar as comunidades Manaquiri e Tefé. À tarde, o presidente vai se reunir com prefeitos em Manaus. Por fim, fará o anúncio das ações contra a seca na Suframa (Sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus).

Avanço da seca

A seca se intensificou em todas as regiões do país entre junho e julho, com registros de estiagem extrema em estados da região Norte. Os dados são do Monitor de Secas da ANA (Agência Nacional de Águas), que mostram que todas as regiões têm registro de seca e que em 15 estados o fenômeno ficou mais severo de um mês para o outro. O cenário dificulta a navegação, o fornecimento de energia elétrica e prejudica a produção de alimentos.


Segundo os dados da ANA, de junho para julho a seca avançou no Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Tocantins. Em cinco unidades da Federação, se estabilizou: Amapá, Ceará, Distrito Federal, Maranhão e Pernambuco. Somente dois estados seguiram livres de seca em julho: Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Entre os estados, o Amazonas teve a maior área atingida pela seca em julho, seguido por Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Bahia. No total, entre junho e julho, a área afetada pela seca aumentou de 5,96 milhões de km² para 7,04 milhões de km², o que representa 83% do território do Brasil. Isso significa que, nesse período, a área com seca cresceu em 1,1 milhão de km².

A situação é mais crítica no Norte do país. Segundo o SGB (Serviço Geológico do Brasil), a seca na região atinge níveis históricos por toda a Bacia do Rio Amazonas. Além das mínimas históricas nos rios Solimões e Madeira, as cotas estão abaixo da faixa da normalidade e continuam a descer também nos rios Negro, Acre e Amazonas.

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