Em meio a protestos e incêndio de carros, governador do DF manda aumentar policiamento
Ibaneis Rocha afirmou que está 'reforçando o policiamento' na área central de Brasília; protestos se concentram na Asa Norte
Brasília|Alexandre de Paula, do R7, em Brasília
Em meio a uma quebradeira generalizada na área central de Brasília, concentrada no Setor Hoteleiro Norte, onde fica a sede da Polícia Federal em Brasília, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), disse ter mandado reforçar o policiamento na área central de Brasília.
O futuro ministro da Justiça, Flavio Dino (PSB), disse que está conversando com o governo local para tomar providências sobre o episódio. "Temos dialogado com o GDF [Governo do Distrito Federal], a quem compete a garantia da ordem pública em Brasília, atingida por arruaças políticas. A segurança do presidente Lula está garantida. As medidas de responsabilização jurídica prosseguirão, nos termos da lei."
O ato, segundo parte dos manifestantes, foi organizado como protesto à prisão do cacique Tserere, um líder indígena que questiona o resultado das eleições deste ano.
Por volta de 20h40, os manifestantes começaram a atear fogo aos carros estacionados no Setor Hoteleiro Norte. Pelo menos três veículos já foram incendiados.
" gallery_id="6397c0fe4b4955400b002cf7" url_iframe_gallery="noticias.r7.com/brasilia/em-meio-a-protestos-e-incendio-de-carros-governador-do-df-manda-aumentar-policiamento-12122022"]
Um carro da Defesa Civil e um ônibus também foram depredados. Os passageiros do ônibus foram obrigados a sair do veículo pelos manifestantes, que colocaram foto no coletivo.
Comerciantes do Setor Hoteleiro Norte estão fechando os estabelecimentos em meio à confusão, que acontece próxima aos prédio do portal Metrópoles e da TV Globo.
Policiais foram acionadas para intensificar o policiamento no hotel onde o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está hospedado.
Mais cedo, os manifestantes quebraram as janelas de diversos carros com pedras.
O grupo continua no local mesmo com a chegada da polícia, que reagiu com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.
A via que vai da Asa Sul rumo à L2 Norte, em frente ao Brasília Shopping, está fechada por conta do protesto.
Motivação
A pedido da Procuradoria-Geral da República, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão temporária de José Acácio Serere Xavante, pelo prazo inicial de dez dias, pela suposta prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos.
Segundo a Polícia Federal (PF), Serere Xavante teria realizado manifestações de cunho antidemocrático em diversos locais de Brasília, como em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília (onde invadiram a área de embarque), no shopping Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios (por ocasião da cerimônia de troca da bandeira nacional e em outros momentos) e em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente e o vice-presidente da República eleitos.
A PGR afirmou que Xavante "vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso."
Para o ministro Alexandre, as condutas do indígena "a restrição da liberdade do investigado, com a decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da investigação”, afirmou em nota do STF.
'Reprimir a violência'
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), considerou "absurdos os atos de vandalismo registrados" em Brasília. Para o senador, as manifestações "só servem para acirrar o cenário de intolerância que impregnou parte da campanha eleitoral que se encerrou".
Para Pacheco, "as forças públicas de segurança devem agir".