Em nota, Bolsonaro lamenta explosões em Brasília e faz apelo por ‘pacificação nacional’
Francisco Wanderley, de 59 anos, faleceu na Praça dos Três Poderes após uma sequência de explosões
Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), divulgou uma nota na manhã desta quinta-feira (14), manifestando pesar e condenando as explosões ocorridas na área central de Brasília, em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal), na noite da última quarta-feira (13).
Francisco Wanderley, de 59 anos, faleceu na Praça dos Três Poderes após uma sequência de explosões. O corpo permaneceu no local até a manhã desta quinta, enquanto a polícia verificava se havia mais explosivos em seus pertences. Não houve outros feridos.
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Na nota, Bolsonaro descreveu o incidente como um “triste episódio” e um “fato isolado”, destacando que o ocorrido “nos deve levar à reflexão”.
“Já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente, e que a força dos argumentos valha mais que o argumento da força. A defesa da democracia e da liberdade não será consequente enquanto não se restaurar no nosso país a possibilidade de diálogo entre todas as forças da nação”, afirmou.
Bolsonaro afirmou na nota: “instituições têm um papel fundamental na construção desse diálogo e desse ambiente de união”.
“Por isso, apelo a todas as correntes políticas e aos líderes das instituições nacionais para que, neste momento de tragédia, deem os passos necessários para avançar na pacificação nacional. Quem vai ganhar com isso não será um ou outro partido, líder ou facção política. Vai ser o Brasil”, concluiu.
Bolsonaro x STF
Entre 2019 e 2022, durante seu mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manteve frequentes críticas e confrontos com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Suas principais contestações se concentraram na atuação dos magistrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Alexandre de Moraes, em especial, foi alvo de ataques por conta de sua condução do inquérito sobre fake news e milícias digitais.
Em junho de 2020, apoiadores de Bolsonaro dispararam fogos de artifício contra o edifício do STF, em Brasília, o que levou à prisão de alguns por envolvimento em atos antidemocráticos.
No dia 8 de janeiro de 2023, manifestantes que apoiavam Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes do STF, do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional, enquanto proferiam palavras de ordem contra o presidente Lula e os ministros do Supremo.
Bolsonaro também intensificou suas críticas a Alexandre de Moraes durante as celebrações do 7 de setembro de 2021, chegando a chamá-lo de “canalha”. O incidente foi levado ao STF por congressistas que acusaram o ex-presidente de atentar contra o Estado Democrático de Direito.
Em fevereiro de 2023, o STF encaminhou três ações relacionadas a esse episódio à 1ª Instância, e um desses processos foi arquivado em 20 de julho.
Essas declarações e ações acabaram resultando em repercussões judiciais e impactos na carreira política de Bolsonaro. Em 30 de junho de 2023, o TSE declarou sua inelegibilidade por um período de 8 anos, alegando abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.