A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) afirmou no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos do 8 de Janeiro que as ações foram "uma tentativa premeditada de golpe de Estado". A leitura do documento acontece nesta terça-feira (17). Uma versão resumida está sendo lida para os parlamentares presentes, uma vez que, segundo a relatora, o parecer final tem 1.333 páginas. Veja a lista dos pedidos de indiciamento abaixo. Para Eliziane, o objetivo dos atos extremistas seria desestabilizar o país e provocar um "caos político". "E até mesmo, se necessário, uma guerra civil", completou. A sessão começou pouco após as 9h30, mas a leitura deve se estender ao longo do dia. O presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA), definiu que a sessão não será suspensa no horário do almoço, como habitualmente, para que não seja interrompida a apresentação do relatório. A oposição deve apresentar um voto em separado e poderá fazer a leitura. No entanto, o prazo para essa apresentação é de uma hora. Esse tempo poderá ser usado apenas por um parlamentar ou ser distribuído entre a bancada da oposição. O voto só será analisado caso o relatório de Eliziane seja reprovado.Veja a lista completa dos 61 alvos dos pedidos de indiciamentos do relatório da CPMI do 8/1 1. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República; 2. General Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil; 3. General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; 4. General Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro; 5. General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro; 6. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do DF; 7. General Freire Gomes, ex-comandante do Exército; 8. Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha; 9. General Carlos José Penteado, ex-secretário-executivo do GSI; 10. General Carlos Feitosa Rodrigues, ex-chefe da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial do GSI; 11. General Ridauto Lúcio Fernandes, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde; 12. Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; 13. Coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; 14. Sargento Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; 15. Carla Zambelli (PL-SP), deputada federal; 16. Coronel Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde; 17. Coronel Jean Lawand Júnior; 18. Felipe Martins, assessor-especial para Assuntos Internacionais de Bolsonaro; 19. Major Ailton Gonçalves Moraes Barros; 20. Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça e ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF; 21. Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal; 22. Alexandre Carlos de Souza, policial rodoviário federal; 23. Marcelo de Ávila, policial rodoviário federal; 24. Coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, ex-diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI; 25. Coronel André Luiz Furtado Garcia, ex-coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI; 26. Tenente-coronel Alex Marcos Barbosa Santos, ex-coordenador-adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações do GSI; 27. Capitão José Eduardo Natale, ex-integrante da Coordenadoria de Segurança de Instalações do GSI; 28. Sargento Laércio da Costa Júnior, ex-encarregado de segurança de instalações do GSI; 29. Coronel Alexandre Santos de Amorim, ex-coordenador-geral de Análise de Risco do GSI 30. Tenente-coronel Jader Silva Santos, ex-subchefe da Coordenadoria de Análise de Risco do GSI; 31. Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF; 32. Coronel Klepter Rosa Gonçalves, subcomandante da PMDF; 33. Coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da PMDF; 34. Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, comandante em exercício do Departamento de Operações da PMDF; 35. Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, comandante do 1º CPR da PMDF; 36. Major Flávio Silvestre de Alencar, comandante em exercício do 6º Batalhão da PMDF; 37. Major Rafael Pereira Martins, chefe de um dos destacamentos do BPChoque da PMDF; 38. George Washington de Oliveira Sousa, condenado por participar da tentativa de explosão de bomba próximo ao aeroporto de Brasília; 39. Alan Diego dos Santos, condenado por participar da tentativa de explosão de bomba próximo ao aeroporto de Brasília; 40. Wellington Macedo de Souza, condenado por participar da tentativa de explosão de bomba próximo ao aeroporto de Brasília; 41. Tércio Arnaud, ex-assessor de Bolsonaro apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio"; 42. José Matheus Sales Gomes, ex-assessor de Bolsonaro apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio"; 43. Fernando Nascimento Pessoa, assessor de Flávio Bolsonaro apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio"; 44. Maurício Junot, empresário 45. Adauto Lúcio de Mesquita, financiador; 46. Joveci Xavier de Andrade, financiador; 47. Meyer Nigri, empresário; 48. Ricardo Pereira Cunha, financiador; 49. Mauriro Soares de Jesus, financiador; 50. Enric Juvenal da Costa Laureano, financiador; 51. Antônio Galvan, financiador; 52. Jeferson da Rocha, financiador; 53. Vitor Geraldo Gaiardo , financiador; 54. Humberto Falcão, financiador; 55. Luciano Jayme Guimarães, financiador; 56. José Alipio Fernandes da Silveira, financiador; 57. Valdir Edemar Fries, financiador; 58. Júlio Augusto Gomes Nunes, financiador; 59. Joel Ragagnin, influenciador; 60. Lucas Costar Beber, financiador; 61. Alan Juliani, financiador. O relatório recomenda a criação do Memorial em Homenagem à Democracia como lembrete do ataque à democracia ocorrido em 8 de Janeiro. O espaço deve funcionar na parte externa do Senado. Outra conclusão dos trabalhos, pela avaliação da relatora, é a "existência de insuficiências legislativas que contribuíram para o 8 de Janeiro ou que prejudicaram o processo de investigação e de responsabilização dos envolvidos". Ela cita a necessidade de aperfeiçoar marcos normativos "com o objetivo de limitar as disfuncionalidades do Estado, bem como reforçar a observância de direitos e garantias fundamentais dos brasileiros". No início dos trabalhos, a senadora Eliziane Gama afirmou que a comissão reconstituiria a cronologia dos atos de vandalismo. Assim, o primeiro depoimento foi o do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, que falou sobre as operações da corporação que obstruíram rodovias no segundo turno das eleições de 2022.• Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram Também foram ouvidos o delegado da Polícia Civil do Distrito Federal Leonardo de Castro; um dos condenados por planejar a explosão de uma bomba perto do aeroporto de Brasília, George Washington de Oliveira Sousa; o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid; e o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres. O último dia de depoimentos na CPMI do 8 de Janeiro foi 5 de outubro, quando foi ouvido o subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal Beroaldo José de Freitas Júnior. O policial é do Batalhão de Choque e estava escalado para trabalhar durante os ataques na Esplanada dos Ministérios. Freitas foi promovido de primeiro-sargento a subtenente em maio por "atos de bravura". Em depoimento à Polícia Federal, o subtenente afirmou que o Exército se recusou a combater os invasores e negou suporte.