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Pedido de impeachment de parlamentares cita elogio do grupo terrorista Hamas à fala de Lula

Políticos avaliam que houve crime de responsabilidade e pedem fim do mandato e inelegibilidade do presidente da República

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Pedido de impeachment tem mais de 130 autores
Pedido de impeachment tem mais de 130 autores Pedido de impeachment tem mais de 130 autores (Reprodução | RECORD)

O novo pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sustenta que houve comprometimento da neutralidade do Brasil após as críticas feitas pelo chefe de Executivo sobre a conduta de Israel no conflito em Gaza. Com autoria de 134 parlamentares, o texto cita os elogios e agradecimentos feitos pelo grupo terrorista Hamas ao governo brasileiro e diz que "nem mesmo nações que pregam a extinção do Estado de Israel foram capazes de proferir tamanha atrocidade". 

"A conduta do denunciado consiste na prática de ato de hostilidade contra o Estado de Israel, consistente em declarações de cunho antissemita, comprometendo a neutralidade do país", diz o pedido, que deve ser protocolado ainda nesta quarta-feira (21).

A declaração de Lula que embasa o texto pelo impeachment foi dada durante entrevista coletiva realizada no último domingo (18), depois da participação do presidente na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, capital da Etiópia. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler decidiu matar os judeus", afirmou o petista.

De acordo com os autores do pedido, Lula "foi o único capaz de igualar o povo judeu aos seus algozes e foi o único a invocar o nome de Hitler como um comparativo do estágio atual da guerra entre Israel e Hamas". "Esse discurso, não só contradiz a tradição diplomática brasileira, como se tornou um pária dentre as nações democráticas, inclusive sendo elogiado e louvado pelo grupo terrorista Hamas", argumentam.

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Outro fato elencado é o financiamento brasileiro à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, também conhecida pela sigla UNRWA. A agência perdeu apoio de vários países — como Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá, Itália, Finlândia e Holanda — após suposto envolvimento de funcionários no ataque do grupo terrorista Hamas contra Israel. 

"Com as recentes notícias veiculadas e que davam conta que parte dos recursos eram utilizados para fins espúrios, o Brasil não cortou seu financiamento, mas foi além. Em recente declaração, o denunciado não só afirmou que vai manter o financiamento, como prometeu incrementos nas doações", criticam os parlamentares no pedido. 

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A alegação é de que houve cometimento de crime de responsabilidade contra a existência da União por parte de Lula. Os parlamentares citam o trecho do artigo 5º da Constituição Federal que diz ser crime de responsabilidade "cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade". 

Os autores alegam que a fala coloca em risco a estabilidade do desenvolvimento nacional. Eles narram toda a relação diplomática, econômica, política entre Brasil e Israel nas mais de 40 páginas e pedem a perda do mandato e inelegibilidade de Lula. 

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Persona non grata

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, informou nesta segunda-feira (19) que o Lula é considerado "persona non grata" no país até que haja uma retratação sobre as declarações feitas pelo chefe brasileiro. 

O presidente de Israel, Isaac Herzog, foi às redes sociais para dizer que condena veementemente a declaração na qual o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, compara a ação militar israelense na Faixa de Gaza ao Holocausto. Herzog disse que há uma "distorção imoral da história" e apela "a todos os líderes mundiais para que se juntem a mim na condenação inequívoca de tais ações".

Lideranças políticas também condenaram a fala de Lula e pediram ao petista que se retrate. A Conib (Confederação Israelita do Brasil) repudiou a fala. A instituição classificou a afirmação como "distorção perversa da realidade que ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes".

"Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua Carta de fundação a eliminação do Estado judeu", diz a Conib.

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