Em reunião com Lula, presidente da CNI critica isenção de compras internacionais de até US$ 50
Robson Andrade pede revisão de regras elaboradas pelo Ministério da Fazenda; para ele, empresas brasileiras saem prejudicadas
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, criticou nesta quinta-feira (6) as regras do governo federal que livram de impostos compras internacionais de até US$ 50 feitas de forma online. Andrade pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que revise o tema para evitar que a indústria nacional seja prejudicada.
“Tem certas coisas que a gente fica preocupado. Recentemente, o Ministério da Fazenda soltou uma portaria liberando [de taxação] as compras até de US$ 50, para qualquer plataforma. Mesmo as plataformas que pagavam, vão poder não pagar”, reclamou Andrade durante a cerimônia de instalação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto. Lula e outros membros do governo federal participaram do evento.
“Cinquenta dólares são os bens que as empresas vendem no mercado brasileiro, US$ 50 são R$ 250. Se pegar o mercado de chocolates, vestuários, medicamentos, calçados e brinquedos, atinge a grande maioria da indústria brasileira”, afirmou.
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O presidente da CNI cobrou que compras internacionais de qualquer valor sejam taxadas. “Somos a favor de que todas as compras do exterior, independente do valor, sejam tributadas. As nossas empresas são tributadas”, disse Andrade.
Ele lembrou que Lula tem defendido as micro e pequenas empresas brasileiras na negociação do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Dessa forma, na avaliação dele, o presidente deveria ter o mesmo comportamento em relação às compras internacionais.
“O senhor [Lula] está defendendo a micro e pequena empresa no acordo com o Mercosul e União Europeia e, agora, liberamos para importação até 50 dólares, trabalhando contra a pequena, micro e média indústria brasileira aqui através dessa portaria. Espero que possa ser revista pelo Ministério da Fazenda.”