Embaixador argentino diz que Lula e Milei não terão dificuldades e encontrarão 'caminho para crescer'

O embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, disse nesta quarta-feira (29) que os presidentes Javier Milei, recém-eleito no país vizinho, e Luiz Inácio Lula da Silva não terão dificuldades diplomáticas e encontrarão "o caminho para crescer". A declaração ocorreu em Brasília, durante o lançamento do livro "A nova era da diplomacia", escrito por Scioli.

"Eu acho que não [haverá dificuldade]. E parece meu trabalho. Eu trabalhei muitos anos com governos de diferentes ideologias, mas encontramos pontos de acordos muito importantes. O Brasil voltou a ser o primeiro sócio comercial da Argentina, com uma renda dos estados muito grande e, por isso, tenho confiança que, com pragmatismo, encontraremos o caminho para crescer", afirmou Scioli.

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O embaixador afirmou também que o governo federal ainda não informou quem será o representante brasileiro que participará da cerimônia de posse de Milei, em Buenos Aires, em 10 de dezembro. "Não está decidido ainda, porque Lula está neste momento numa visita internacional pelo Catar, pela Alemanha", resumiu.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, recebeu o convite para que o presidente Lula participe da posse de Milei. "Não há nenhum tipo de problema, de constrangimento, por qualquer natureza que seja. Os governos organizam as listas de convidados, mandam e os que quiserem, aceitam; os que não quiserem, não aceitam. Mas também há um tratamento diferente para chefes de Estado e para convidados diretos", disse Vieira, no último domingo (26).

Cúpula do Mercosul

Para a cúpula do Mercosul — bloco composto por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. —, que será realizada no Rio de Janeiro, na próxima quinta (7), o embaixador argentino disse que há grande expectativa para o evento e que "chegaremos a novos acordos".

Nessa terça (28), o Senado brasileiro aprovou a entrada da Bolívia no Mercosul. O projeto de decreto legislativo já havia passado pela Câmara dos Deputados e agora será promulgado. O processo de adesão corria desde 2015, e apenas o Brasil não havia decidido sobre o assunto. Os parlamentos dos outros países-membros (Argentina, Uruguai e Paraguai) já tinham concordado.