'Enterraram definitivamente a Constituição', diz defesa de Daniel Silveira
Corte concluiu julgamento e derrubou indulto; Silveira volta a ser condenado a 8 anos e 9 meses em regime inicialmente fechado
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
Após o plenário do Supremo Tribunal Federal decidir pela inconstitucionalidade do indulto individual concedido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB), a defesa do ex-parlamentar afirmou que "enterraram definitivamente a Constituição".
"Aguarda-se, tão somente, o convite para a missa de sétimo dia", disse em nota a defesa. O julgamento começou na semana passada e foi retomado nesta quarta-feira (10), quando a relatora, ministra Rosa Weber, votou pela anulação do indulto, considerando que o então presidente da República agiu com desvio de finalidade ao editar o decreto.
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O ministro André Mendonça teve um entendimento diferente, ao concluir pela validade do decreto presidencial. O voto dele foi seguido pelo do ministro Nunes Marques.
Na prática, Silveira volta a ser condenado a oito anos e nove meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, pelos crimes de ameaça ao Estado democrático de Direito e coação.
Com a derrubada do indulto concedido por Bolsonaro, o cumprimento da prisão não é imediato. Nesse caso, a Corte volta a julgar, desta vez, os embargos de declaração (um tipo de recurso). Caso sejam derrubados, será decretada a ordem de prisão.
Silveira foi condenado pelo STF, em abril de 2022, por estímulo a atos extremistas e ataques a autoridades e instituições. Um dia após o julgamento, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu um indulto individual que perdoou o ex-deputado.