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Entidades judaicas criticam Lula por dizer que reação de Israel é 'mil vezes mais grave' que terrorismo

Presidente do Brasil classificou conflito como 'genocídio' e afirmou que o primeiro-ministro israelense é 'pessoa extremista'

Brasília|Do R7, em Brasília


Lula voltou a comparar Israel com 'terroristas'
Lula voltou a comparar Israel com 'terroristas'

Entidades da comunidade judaica no Brasil criticaram novamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela afirmação de que a reação de Israel aos ataques do grupo Hamas, na Faixa de Gaza, tem sido “mil vezes mais grave do que os terroristas fizeram”. A declaração do líder brasileiro ocorreu durante entrevista à TV Al Jazeera, do Catar, transmitida na noite desta sexta-feira (1º).

Após a entrevista de Lula, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) emitiu um comunicado lamentando “profundamente declarações do presidente Lula comparando as ações de defesa de Israel a genocídio”. “É uma acusação falsa que, vinda do presidente da República, ganha dimensões ainda mais graves. A Conib mais uma vez pede serenidade e equilíbrio às autoridades neste momento tão tenso e doloroso, com aumento de manifestações antissemitas no Brasil e no mundo.”

Lula conversou com Isaac Herzog na sexta sobre liberação de um refém brasileiro
Lula conversou com Isaac Herzog na sexta sobre liberação de um refém brasileiro

As declarações de Lula geraram críticas também entre membros do Congresso Nacional, que defendem as boas relações entre Brasil e Israel. Primeira-secretária do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, a deputada federal Rosana Valle (PL-SP), disse ao R7 que falta "discernimento por parte do presidente da República" e que "Lula ainda não sabe quem é o terrorista da história".

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"Infelizmente, está faltando discernimento por parte do presidente da República, além de senso de responsabilidade e conhecimento sobre geopolítica. A guerra em Israel perdura há dois meses, e me parece que Lula ainda não sabe quem é o terrorista da história. As crianças queimadas vivas, os milhares de mortos, as mulheres violentadas e estupradas parecem não ser suficientes para o petista entender o que acontece na Faixa de Gaza desde o início de outubro deste ano. Aliás, resiste em reconhecer o Hamas como terrorista", disse a deputada ao R7.

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Segundo Rosana, "a fala de hoje é irresponsável, uma vez que compara as ações de defesa de Israel a genocídio, causando descontentamento por parte da comunidade judaica". A parlamentar declarou que pediu oficialmente, via Congresso, em outubro, para que o presidente da República reconheça o grupo Hamas como terrorista. "E espero até hoje um posicionando do chefe do Executivo", disse.

A fala de hoje é irresponsável%2C uma vez que compara as ações de defesa de Israel a genocídio%2C causando descontentamento por parte da comunidade judaica. O momento deveria ser de ponderação%2C de consternação. Vivemos%2C afinal%2C tempos difíceis%2C com rastro de sangue%2C angústia e o aumento de manifestações antissemitas no Brasil e no mundo.

(Rosana Valle, deputada federal (PL-SP) e primeira-secretária do Grupo Parlamentar Brasil-Israel do Congresso Nacional)

Parlamentares anunciam viagem a Israel para rebater fala de Lula

O presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel no Congresso Nacional, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou, durante transmissão nas redes sociais, que representantes do grupo vão a Israel demonstrar apoio ao governo local. "Mesmo agora, com o fim da trégua e a volta dos problemas em Gaza, há uma equipe que vai dizer ao povo de Israel que nós não concordamos com o que o presidente Lula diz em relação ao Hamas. Israel tem o direito de se defender, de se posicionar e de existir. Vamos levar uma mensagem bem clara do grupo parlamentar ao povo que nós amamos tanto", declarou o senador. 

Lula chama primeiro-ministro israelense de 'extremista'

Na entrevista à TV do Oriente Médio, Lula afirmou também que o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas “não se trata de uma guerra tradicional, mas de um genocídio, que mata milhares de crianças e mulheres”. O presidente brasileiro também chamou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de “pessoa extremista”.

Outros representantes da comunidade judaica têm se pronunciado sobre as recorrentes falas de Lula comparando as reações de Israel a práticas terroristas. As entidades e os líderes já haviam manifestado o descontentamento e o temor de que o posicionamento do presidente brasileiro possa abalar as relações diplomáticas entre os dois países.

"É uma pena que o governo do Brasil, diante da tragédia da guerra, perca o equilíbrio e a ponderação, reduzindo a possibilidade de contribuir de maneira decisiva e propositiva com negociações entre as várias partes no conflito", declarou o Instituto Brasil Israel (IBI) em oportunidade anterior. Para a entidade, a acusação “reforça os extremistas de ambos os lados e enfraquece as partes que lutam por um futuro de coexistência para israelenses e palestinos”.

Também anteriormente, o rabino Rav Sany, diretor do Olami Faria Lima, afirmou que a insistência de Lula revela a necessidade de “conhecer melhor o assunto”. O líder religioso sustenta ainda que, ao contrário do que diz Lula, Israel não tem atacado os hospitais. Ele declara que o país “está entregando combustível para funcionar, e o Hamas o confisca”.

“O presidente insiste em comparar o incomparável: uma organização terrorista como o Hamas, que usa seus próprios cidadãos como escudo humano, com um estado democrático e pluralista, como Israel, que só quer se defender do ataque bárbaro e selvagem, além do desejo de resgatar reféns. Lamento profundamente", disse Sany.

Lula está em Dubai, nos Emirados Árabes, onde participa da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climáticas (COP28). Durante a semana, o presidente esteve em Riad, na Arábia Saudita, e em Doha, no Catar, em busca de investimentos estrangeiros para o Brasil.

Encontro com presidente de Israel

Lula se reuniu com o presidente de Israel, Isaac Herzog, nesta sexta-feira (1º), durante a COP28. As lideranças discutiram a libertação de reféns ainda mantidos pelo grupo terrorista Hamas.

“Falei com eles sobre como o Hamas viola flagrantemente os acordos de cessar-fogo e repeti a exigência de pôr a libertação dos reféns no topo da agenda da comunidade internacional, juntamente com o respeito pelo direito do Estado de Israel de se defender", escreveu Herzog nas redes sociais.

Na última quinta-feira (30), Lula também tratou da liberação de um brasileiro que ainda é mantido refém pelo Hamas. Ele abordou o assunto durante uma reunião com o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani.

O presidente brasileiro fez um agradecimento ao Catar “porque teve papel importante na liberação de brasileiros que estavam na Faixa de Gaza. Ainda tem mais brasileiros lá. Na liberação de um refém que ainda pode ser liberado por esses dias. E eu vim agradecer a ele”.

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