'Eu não dei essa ordem', afirma major da PM acusado de retirar tropas no 8 de Janeiro
Preso em maio na Operação Lesa Pátria, Flávio Silvestre de Alencar disse que mensagem enviada pelo WhatsApp 'era uma brincadeira'
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília
Em depoimento na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal que investiga os atos extremistas do 8 de Janeiro, nesta quinta-feira (3), o major da Polícia Militar Flávio Silvestre de Alencar negou as acusações de que teria ordenado a retirada das tropas da PM dos arredores do Congresso Nacional, o que teria facilitado a invasão do prédio pelos vândalos.
Segundo o major, o movimento com o braço que ele foi visto fazendo em imagens de câmeras de segurança não seria uma ordem de retirada de tropas, mas sim para mobilizar viaturas para entrar no Congresso Nacional e resgatar policiais feridos. "O aceno com a mão não é para tirar a linha de choque, eu não dei essa ordem", disse.
Durante a oitiva, Alencar relatou que foi convocado verbalmente, sem ordem de serviço, para que distribuísse o policiamento no dia dos atos.
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Ele também foi questionado sobre mensagens enviadas pelo WhatsApp. Em um grupo intitulado Oficiais PMDF, o major teria afirmado: "Na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso". Alencar confirmou o envio do texto, mas disse que ele foi descontextualizado. "Era uma brincadeira, tinha até um 'kkk' embaixo", justificou.
O major ressaltou ainda que a "mensagem infeliz" de sua parte foi enviada dias antes dos atos extremistas que culminaram na depredação das sedes dos Três Poderes e que o grupo, apesar do nome, era lúdico, e não institucional.
Flávio Silvestre de Alencar foi preso em maio na 12ª fase da Operação Lesa Pátria, que apura os fatos do 8 de Janeiro. Ele afirma que sua prisão é "um grande mal-entendido" e que "foi criada uma narrativa inverídica".