Eventual aprovação do pacote fiscal pode melhorar a questão do câmbio, diz Alckmin
Vice-presidente destacou a aprovação da regulamentação da reforma tributária, que pode ser sancionada pelo presidente até janeiro
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O vice-presidente Geraldo Alckmin avaliou, nesta quarta-feira (18), que a eventual aprovação do pacote fiscal enviado pelo Executivo ao Legislativo “tende a cair a questão do câmbio”. As medidas envolvem, por exemplo, alterações nas regras do Bolsa Família, salário mínimo e BPC (Benefício de Prestação Continuada). A expectativa é de votação ainda nesta quarta-feira pela Câmara dos Deputados.
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“Com a aprovação das medidas de contenção de gastos, tende a cair a questão do câmbio”, disse Alckmin após evento. “Eu acredito que com a aprovação do conjunto de medidas do governo para redução de despesas e cumprimento do arcabouço fiscal [a questão cambial] tende a voltar ao patamar natural. E quero destacar a importância da aprovação da [regulamentação] da reforma tributária. É uma reforma histórica, aguardada há mais de 30 anos. Traz eficiência econômica, desonera investimento, desonera exportação. A Câmara melhorou o texto, então reduziu o valor do IVA. É uma reforma importante. E a economia brasileira tem bases sólidas”, completou.
Recentemente, o Banco Central fez intervenções no câmbio, como a venda de dólares ao mercado e leilões de linha. Trata-se das primeiras medidas do tipo no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, justamente na tentativa de acalmar o estresse do mercado com o pacote fiscal. Na época de Jair Bolsonaro, foram mais de 300 ingerências. Como mostrou a reportagem, o dólar não deu trégua e volto a subir até R$ 6,16 no mercado à vista na manhã desta quarta-feira (18).
Além da espera pela conclusão das votações do pacote fiscal na Câmara dos Deputados, o mercado sustenta demanda cambial, em especial por empresas e fundos, para remessas de dividendos ao exterior ainda nesta semana, antes das festas de fim de ano. Integrantes da Fazenda alertaram sobre os impactos diretos nos preços e na inflação com a medida.
Alckmin voltou a reafirmar o compromisso do governo de Luiz Inácio Lula da Silva com a responsabilidade fiscal. Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a gestão federal “está fazendo a sua parte” e acredita que o pacote fiscal não será desidratado pelo Congresso Nacional.
“Nós estamos fazendo a nossa parte, que é mandar as medidas e garantir que não sejam desidratadas, convencendo as pessoas de que são medidas necessárias para reforçar o arcabouço fiscal, do ponto de vista da despesa. Eu penso que está havendo uma compreensão boa, as conversas com os relatores estão boas... Mas não é um trabalho que se encerra. Nós vamos acompanhá-lo. Vamos fazer uma avaliação do que foi aprovado”, disse.
Haddad afirmou que está confiante de que as medidas não serão desidratadas. Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo para que o pacote fiscal não fosse alterado. O ministro da Fazenda tem acelerado o ritmo de negociação com parlamentares a fim de que os textos fossem votados da forma que foram enviados pelo Executivo.