Ex-diretor-geral vira réu por sete crimes ao usar estrutura da Polícia Civil para ameaçar ex-amante
Justiça do DF aceitou denúncia do Ministério Público contra Robson Cândido; a defesa afirma que não vai se manifestar no momento
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília
A Justiça do Distrito Federal aceitou a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra o ex-diretor-geral da Polícia Civil do CDF Robson Cândido por pelo menos sete crimes. Já o ex-delegado-chefe Thiago Peralva é réu de três crimes. Ambos são suspeitos de usar a estrutura da corporação para perseguir e ameaçar a ex-amante de Cândido.
A defesa do ex-diretor-geral afirma que não vai se manifestar ainda, já a de Peralva pediu serenidade e se pôs à disposição para colaborar, além de ter afirmado que "vale destacar a elogiada atuação de Thiago como delegado de polícia no combate ao crime no Distrito Federal".
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Cândido é acusado de perseguição, violência psicológica, interceptação telefônica e descumprimento de medidas protetivas, além de peculato, corrupção passiva e violência de sigilo funcional. Ele foi preso preventivamente no dia 4 deste mês.
Já Peralva é suspeito de perseguição, corrupção passiva e interceptação telefônica. Ele foi afastado do cargo no mesmo dia da prisão de Cândido e tem que usar tornozeleira eletrônica.
A denúncia afirma que Peralva, a pedido do superior, incluiu o telefone da vítima em um sistema de interceptações telefônicas de uma investigação que apura crimes de tráfico de drogas. A mulher teria então sido monitorada e recebido ameaças por meio do grampo ilegal.
O Ministério Público apresentou registros telefônicos que comprovam a perseguição sofrida pela vítima. Cândido utilizou diversos números de telefone, inclusive linhas vinculadas à PCDF, para enviar mensagens e ligar para a ex-amante. Em um único dia, ele chegou a fazer 50 ligações de um número oculto.
Registros mostram que Cândido chegou a perseguir a vítima ao dirigir viaturas descaracterizadas.
O ex-diretor-geral pediu exoneração do cargo por motivos pessoais, em 2 de outubro. Na ocasião, a Polícia Civil afirmou que o delegado trouxe "diversas conquistas" para a instituição e seus servidores.