Falas de Lula sobre Israel geram conflito ideológico desnecessário, diz Frente Parlamentar Evangélica
Presidente comparou os ataques de Israel ao grupo terrorista Hamas com o genocídio sofrido pelos judeus durante o Holocausto
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília
A FPE (Frente Parlamentar Evangélica) do Congresso Nacional repudiou comentários do presidente Lula sobre Israel e afirma que falas "comprometem a política internacional de forma desnecessária". Lula comparou os ataques de Israel ao grupo terrorista Hamas com o genocídio sofrido pelos judeus durante o Holocausto durante viagem à Etiópia.
A Frente afirma que a comparação provoca um "conflito ideológico desnecessário". "Com a ressalva do respeito às pessoas que inocentemente morrem, Israel, ao contrário de Hitler, está exercendo o seu direito de sobreviver diante de um grupo com o objetivo de eliminar os judeus", discorre.
Além disso, complementa não ser "justo" uma nação se manter passiva diante de ataques e que a Frente "respeita a presidência da República, mas entende que verbalizações
desequilibradas, além de não representarem o pensamento da maioria dos brasileiros, comprometem a política internacional de forma desnecessária".
A declaração de Lula foi dada durante entrevista coletiva depois da participação do presidente na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, capital da Etiópia. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler decidiu matar os judeus”, afirmou o petista.
Repercussões
Lula foi considerado "persona non grata" em Israel que haja uma retratação sobre as declarações feitas por ele. Diante disso, o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, foi chamado por Lula para voltar ao Brasil para consultas.
O presidente se reuniu na manhã desta segunda-feira (19) no Palácio da Alvorada com diversos membros do governo, entre eles Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Celso Amorim (Assessor Especial). A reunião envolveu também a presença de Marco Aurélio Santana Ribeiro (chefe de gabinete) e de Fernando Igreja (cerimonial).