O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça-feira (11), em meio às discussões do norte-americano sobre eventual taxação de produtos brasileiros vendidos aos EUA. O brasileiro pediu “respeito” e declarou “não ter medo de cara feia”. Como parte da política protecionista do republicano, tarifas sobre produtos estrangeiros têm sido aplicadas pelos Estados Unidos a países como Brasil, México e Canadá. As tarifas de 25% sobre aço e alumínio passam a valer nesta quarta (12). “Não adianta o Trump ficar gritando de lá, porque eu aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo, que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado. Quero sair da Presidência entregando mais do que eu prometi nas eleições. O Brasil passou a ser um país respeitado. O Brasil não quer ser maior do que ninguém, mas o Brasil não aceita ser menor. Queremos ser iguais. Porque, sendo iguais, a gente aprende a se respeitar mutuamente”, declarou Lula, em agenda em Betim (MG).Por meio do vice-presidente Geraldo Alckmin, o país tem dialogado e mantido conversas diplomáticas para evitar as tarifas. Nessa segunda-feira (10), Alckmin afirmou que o Brasil não é um “problema” para os Estados Unidos, no contexto das tarifas comerciais impostas pelo governo norte-americano.Segundo o vice-presidente, a relação comercial entre os países é superavitária para os EUA, ou seja, eles exportam mais do que importam do Brasil.“Os Estados Unidos têm um grande déficit na balança comercial, importam mais do que exportam. Mas esse não é o caso do Brasil. Com o Brasil, os Estados Unidos têm superávit comercial tanto na balança de bens quanto na de serviços. O Brasil não é problema”, destacou Alckmin.O vice-presidente também garantiu que equipes do governo brasileiro já iniciaram negociações para tentar minimizar os impactos das novas tarifas. As declarações foram feitas em entrevista a uma rádio, em meio à escalada de tensão com o chamado “tarifaço” promovido pelos EUA.Nesta semana, o presidente Donald Trump assinou ordens executivas e adiou para 2 de abril a aplicação de tarifas sobre o México e o Canadá. A isenção vale para produtos já listados no acordo de livre comércio entre os países. No entanto, as sobretaxas sobre aço e alumínio foram mantidas.Na quinta da semana passada (6), Alckmin conversou, por videoconferência, com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer. A chamada durou cerca de 50 minutos. A expectativa é que novos encontros para tratar do tema ocorram nos próximos dias.“Durante a conversa, foram destacados os resultados da balança comercial, apresentados os detalhes da política tarifária recíproca e houve convergência quanto aos aspectos positivos da relação entre o Brasil e os Estados Unidos”, destacou Alckmin em nota, após a reunião.Para o vice-presidente, o debate foi “positivo”. Alckmin reforçou que a intenção do governo brasileiro é “fortalecer a complementariedade econômica entre os países e aumentar a reciprocidade, fortalecer nossas empresas e, acima de tudo, contribuir para as boas práticas comerciais entre os dois países.