Família morta em chacina no DF era discreta, contam vizinhos
Pessoas que moravam perto da casa da família que foi encontrada morta relatam convivência comum apesar da brutalidade do caso
Brasília|Do R7, em Brasília
Os vizinhos da família de Planaltina (DF) que foi encontrada morta nesta quinta-feira (10) relatam uma convivência discreta das vítimas na comunidade. O crime é investigado como um possível homicídio seguido de suicídio, já que o sargento da Polícia Militar do Distrito Federal Nilson Cosme Batista dos Santos, um dos quatro mortos na chacina, ligou para o batalhão onde trabalhava e disse que mataria a família.
A brutalidade do caso chocou os moradores da região. Os corpos tinham perfurações de arma de fogo e estavam carbonizados quando foram encontrados pelos bombeiros. No entanto, vizinhos ouvidos pela Record TV relataram uma convivência pacífica e sem suspeitas de qualquer atitude atípica na casa do sargento.
"O movimento que tinha na casa dele era das pessoas saindo para trabalhar e voltando do serviço. Como militar, [Nilson] era uma ótima pessoa, mas como família a gente não sabe, porque não tinha uma ligação. Até mesmo porque ele não era uma pessoa de ficar em casa de vizinho", contou um morador da região.
A família morava havia 20 anos no mesmo lote, sempre sendo considerada "muito discreta". São poucas as informações que os moradores da região têm dos quatro. Um deles lembra que a esposa do militar costumava fazer sabão e distribuí-lo aos vizinhos, e que os dois filhos eram estudiosos, mas não eram de conversar muito.
O filho mais velho, Isaac, foi aprovado no PAS (Programa de Avaliação Seriada) da UnB (Universidade de Brasília), em 2019, para cursar engenharia química. "Os filhos, normais, como qualquer família tradicional. Normais. Não via nenhuma ação descontrolada por parte do militar. Era normal. Como uma família normal", disse outro morador.
Conhecidos de profissão do militar relatam ainda que Nilson "não era muito de se entrosar com ninguém, falava pouco e tinha um sorriso meio abafado, meio amarelo". Em nota, a PM lamentou a morte do sargento.
"O sargento Cosme trabalhava regularmente no 14º Batalhão e tinha duas condecorações e vários elogios em seus assentamentos." A PM declarou que não foi procurada nem recebeu nenhuma informação sobre o comportamento do policial para que pudesse adotar medidas imediatas, como a suspensão do porte e o recolhimento da arma de fogo, o afastamento da atividade operacional e o atendimento médico-psiquiátrico.
O Instituto de Criminalística esteve na cena do crime para fazer a perícia ainda no fim da tarde de quinta, em caráter de urgência. A 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina) apura o caso.