Feninfra estima corte de 400 mil vagas em telecomunicações e redução de investimentos com veto
O presidente Lula decidiu não prorrogar a desoneração da folha de pagamento até 2027; o ato pode ser derrubado pelo Congresso
Brasília|Do R7, em Brasília, com informações da Agência Estado
O veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto que prorrogaria a desoneração da folha de pagamento põe em risco a sobrevivência das empresas de telecomunicações no Brasil, bem como milhares de empregos. A avaliação é da presidente da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra), Vivien Mello Suruagy. "Os custos com a folha de pagamento vão triplicar, e as empresas não terão como absorver esse aumento", disse, em nota.
A estimativa da Feninfra é que o setor corte 400 mil empregos ao longo de dois anos caso o Congresso não derrube o veto. Ao todo, o setor emprega 2,5 milhões de pessoas.
A presidente da entidade ressaltou que muitas empresas enfrentarão dificuldades financeiras sem a continuidade da desoneração e terão que rever também os planos de investimentos e expansão dos negócios a partir de 2024. "Certamente, isso impactará a atividade econômica", afirmou.
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O setor de telecomunicações faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com previsão de R$ 27,9 bilhões em investimentos destinados à conectividade nas escolas, redes de fibra ótica na Amazônia, além de ampliação do sinal do 4G e do 5G, entre outros pontos.
A presidente da Feninfra disse ainda que a decisão de Lula contrariou posições que o presidente adotou em governos anteriores, quando incentivou a geração de empregos. "Certamente, ele foi aconselhado por alas do governo menos sensíveis a essa questão."
Vivien acredita na derrubada do veto presidencial no Congresso, que apoiou de modo quase unânime a continuidade da desoneração até 2027. "A decisão do presidente deverá ser derrubada pelos congressistas, o que certamente vai gerar desgastes para o governo, que precisa aprovar outras pautas importantes", afirmou.