PF desmancha garimpo ilegal de cobre com 26 trabalhadores em condições análogas à escravidão
Dois brasileiros e um chinês foram identificados como responsáveis pelo local; uma pessoa foi presa por posse ilegal de explosivos
Brasília|Laísa Lopes, do R7, em Brasília, e Natália Matins, da Record
A Polícia Federal e o ICMBio fecharam nesta terça-feira (30) um garimpo ilegal de cobre próximo à vila Nova Jerusalém, em Canaã dos Carajás (PA), município a quase 800 quilômetros de Belém. No local, 26 trabalhadores foram encontrados em condições análogas à escravidão. Dois brasileiros e um chinês foram identificados como responsáveis pelo local e devem responder na Justiça pelo crime. Segundo a corporação, a China é um provável destino no minério extraído na região.
Os 26 funcionários viviam em cinco alojamentos e a situação foi comunicada ao Ministério Público do Trabalho para as devidas providências. A Polícia Federal colheu depoimentos e liberou os trabalhadores para voltarem às suas casas, no estado do Pará.
Foram apreendidos 100 invólucros de explosivos, um rolo de cordel detonantes, 15 motores, cinco marteletes, três geradores, três motosserras, uma retroescavadeira e uma perfuratriz de sondagem de mais de R$ 1 milhão. A operação também prendeu uma pessoa por posse ilegal de explosivos.
Os responsáveis pelo garimpo não estavam no local durante a operação. Cada um dos três é dono de alguns dos 14 pontos de extração fechados nesta terça-feira (30).
De acordo com o delegado de Marabá, Ezequias Martins, os responsáveis vão responder a três crimes. “Crimes de extração ilegal de minérios, crime ambiental conexo ao garimpo ilegal e redução do trabalhador à condição análoga à escravidão”, disse.
Essa é a terceira fase da operação Nova Jerusalém. O ponto de garimpo ilegal de cobre já foi alvo de outras operações recentes da Polícia Federal. Em 30 de agosto do ano passado, nove trabalhadores foram resgatados no mesmo local em trabalho análogo à escravidão.