O preço dos combustíveis pressionou a inflação em agosto em Brasília. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), publicado nesta quinta-feira (9) pelo IBGE, o preço da gasolina subiu 43,89% no acumulado do ano. Índice pesa no bolso do consumidor, que encontra o combustível com valor perto dos R$ 7 no DF.
No geral, a capital federal registrou inflação de 1,40% em agosto, a maior taxa para o mês em 20 anos. Entre os nove grupos pesquisados, o impacto mais significativo veio dos transportes, com altas mais expressivas registradas em gasolina (7,76%), etanol (7,09%) e óleo lubrificante (4,27%).
O último reajuste no preço da gasolina nas refinarias foi de 3,5% e ocorreu em agosto. Segundo a Petrobras, o reajuste foi referente à mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro.
Gasolina cara, postos lotados
Temendo um possível desabastecimento por causa da paralisação de grupos de caminhoneiros por todo o país, motoristas formaram filas para abastecer os carros em postos de combustíveis nesta quinta-feira (9). O movimento foi registrado por internautas em Samambaia, Águas Claras, Taguatinga e no Plano Piloto.
Na última greve dos caminhoneiros, em 2018, houve uma corrida aos supermercados e postos de combustíveis, que causou transtornos à população. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis), Paulo Tavares, a gasolina chega por meio de dutos ao DF, mas é possível que haja desabastecimento caso o etanol anidro, que chega via transporte terrestre, não seja entregue até o fim da semana.
“O que pode influenciar é a falta de etanol anidro que é misturado na gasolina. A cota de etanol que deveria chegar a Brasília hoje não chegou, dizem que chega amanhã. Se não tivermos o etanol anidro não teremos a gasolina nos postos”, explica Tavares.