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Gastos do Distrito Federal com descarte irregular de lixo e entulho aumentam 50%

Valores subiram de R$ 28 milhões para R$ 42 milhões entre 2021 e 2022; por ano, são retiradas 600 toneladas de lixo irregular

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, Brasília

Gastos subiram
de R$ 28 milhões para R$ 42 milhões
Gastos subiram de R$ 28 milhões para R$ 42 milhões Gastos subiram de R$ 28 milhões para R$ 42 milhões

Os gastos do Governo do Distrito Federal com a retirada de entulhos e lixo em descarte irregular na capital do país aumentaram mais de 50% entre 2021 e 2022. Os valores subiram da marca de R$ 28,2 milhões para R$ 42,5 milhões anuais, sendo que o montante de lixo retirado caiu nos últimos dois anos: foram 612 toneladas em 2021, contra 600 toneladas no ano passado.

Os dados são de um levantamento exclusivo realizado pelo Portal R7 com o Serviço de Limpeza Urbano (SLU). O órgão explicou que os custos são de todas as regiões administrativas da capital e destacou que grande parte do descarte irregular acontece em áreas de preservação ambiental (APA), que representam cerca de 65% da região do DF.

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Questionada pela reportagem sobre o aumento do valor investido e a queda no montante de lixo retirado, a autarquia disse que a mudança se deve “aos ajustes contratuais realizados a partir de 2022”.

“A licitação para os contratos de limpeza urbana foi planejada em 2017, tendo como base os valores em vigor naquele ano. Ao longo do tempo, esses valores ficaram defasados, especialmente durante a pandemia de coronavírus, que resultou, por exemplo, em um aumento significativo no preço do diesel, o combustível utilizado nos caminhões e em maquinaria para a remoção de resíduos”, informou.

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O SLU afirmou também que precisou contratar mais pessoal para a remoção manual de resíduos. “Durante esse período também houve um aumento nos custos relacionados à mão de obra e à manutenção dos equipamentos”, alegou.

No entanto, na avaliação do mestre em educação ambiental e professor Heron de Sena Filho, o cenário evidencia a necessidade de repensar a política de resíduos sólidos da capital. "O GDF precisa investir em educação ambiental estratégica para mudanças de valores e disseminar outra consciência ambiental. Os depósitos ilegais de lixo precisam ser erradicados com política pública forte de educação e a ampliação dos papa-lixo e papa-entulhos no DF", considerou.

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Veja o raio-X do descarte irregular e de entulhos no DF:

– 2018: 438 mil toneladas e R$ 13,6 milhões gastos;

– 2019: 425 mil toneladas e R$ 15,2 milhões gastos;

– 2020: 615 mil toneladas e R$ 27,6 milhões gastos;

– 2021: 612 mil toneladas e R$ 28,2 milhões gastos;

– 2022: 600 mil toneladas e R$ 42,5 milhões gastos.

Já neste ano, até junho, o GDF contabilizou 322 mil toneladas de lixo e entulho retiradas das ruas, com gasto de R$ 26,7 milhões na medida.

Ciclos sustentáveis

Vice-presidente do Instituto Lixo Zero Brasil, Kadmo Côrtes defendeu a mudança de pensamento da população e a consciência ambiental. “O volume de materiais descartados de forma inapropriada continua a aumentar a cada ano. O resultado dessa prática se reflete no aumento de gastos do SLU, mas a sensação é de ineficiência e, somado a isso, de desperdício de recursos financeiros”, afirmou.

Para Côrtes, a solução passa pelo denominado “acordo social” entre população e Estado. “Precisamos criar ambientes pulsantes, inclusivos e colaborativos, em que pessoas de diferentes origens e áreas de atuação se reúnam para compartilhar conhecimento, práticas, cooperação mútua; inspirar uns aos outros e contribuir para a mudança em direção a um futuro lixo zero, guiando as pessoas para mudar seus modos de vida e práticas de forma a incentivar os ciclos naturais sustentáveis, em que todos os materiais são projetados para permitir sua recuperação e uso pós-consumo”, avaliou.

Comunicação digital

Uma das estratégias de educação ambiental é o aplicativo de celular SLU Coleta DF, que ajuda os moradores a ter acesso a informações sobre coleta de resíduos, dias de coleta em cada região e outras iniciativas de incentivo do órgão. A autarquia cita, por exemplo, o projeto AutoEco Social, que conta com ex-carroceiros que utilizam triciclos elétricos para atender o Disque-Entulho e recolher restos de obras, galhos de árvores e móveis usados, por exemplo.

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Em relação à coleta seletiva, o SLU explica que se devem separar os materiais recicláveis, como papel, papelão, plástico, isopor e metal do lixo comum. Os itens devem ser entregues nos dias e nos horários indicados de coleta seletiva, informação que pode ser consultada pelo site da autarquia ou aplicativo. Já o descarte de entulho, em grandes volumes, é de responsabilidade do proprietário da obra, enquanto resíduos menores podem ser descartados em papa-entulhos espalhados pelo DF (consulte aqui).

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