Governador do RJ diz esperar o mais rápido possível desfecho do caso Marielle e Anderson
Cláudio Castro afirma que está 'super interessado' para que o crime seja elucidado o quanto antes
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou nesta quarta-feira (20) que espera o mais rápido possível o desfecho do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal homologou a delação do ex-policial militar Ronnie Lessa nas investigações dos assassinatos, ocorridos em 2018. Castro destacou, também, que há "fofocas jurídicas e políticas" em torno no caso.
"A gente espera o desfecho o mais rápido possível. Só o que tem até agora é fofoca. Fofocas jurídicas e políticas. A gente espera que a colaboração que o estado deu prendendo os dois que fizeram a delação tenha sido decisiva. Tem que lembrar que quem prendeu foi o estado. Eu sempre disse que não existe crime federal, estadual, municipal. Não pode esquecer que fui colega da Marielle enquanto vereador e, com certeza, a gente é super interessado em que esse crime seja elucidado o mais rápido possível", afirmou Castro.
O anúncio da homologação da delação foi feito na terça-feira (19) pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que disse que brevemente a investigação chegará a uma solução do assassinato da vereadora.
"Em breve teremos os resultados daquilo que foi apurado pela competentíssima PF, que em um ano chegou a resultados. Nós sabemos que esta colaboração premiada, que é um meio de obtenção de provas, traz elementos importantíssimos que nos levam a crer que, brevemente, nós teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco. Este é, portanto, o momento processual que gostaríamos de tornar público", disse.
Em nota, o STF disse que o ministro Alexandre de Moraes homologou o acordo de colaboração após verificar presentes requisitos como regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal. "Na segunda-feira (18/3), houve audiência com o colaborador, na qual foi constatada a voluntariedade da manifestação da vontade dele. Agora, o caso está com a Polícia Federal para continuidade das investigações, que correm sob sigilo", afirmou a Corte.
A vereadora e o motorista foram assassinados em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. O carro em que Marielle estava — e que era conduzido por Anderson — foi alvejado por 13 tiros no centro da cidade. Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são acusados de matar a vereadora. Os motivos e os mandantes do crime permanecem desconhecidos.
Como mostrou o R7, Lessa afirmou na delação premiada à Polícia Federal que o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) está ligado ao assassinato. A citação ao parlamentar foi o que motivou o deslocamento do caso do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para o Supremo Tribunal Federal, segundo fontes ligadas à investigação do caso, visto que o parlamentar tem direito a foro privilegiado.
O foro privilegiado é concedido a certas autoridades públicas, permitindo que sejam julgadas por tribunais superiores ou instâncias específicas em casos criminais, em vez de serem julgadas pelas cortes comuns.