Governistas da CPMI pedem quebra de sigilo telefônico de ex-assessores próximos de Bolsonaro
Ao menos três assistentes ligados ao trabalho estratégico do ex-presidente nas redes sociais são alvo de requerimentos na CPMI
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
A ala governista da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro pediu a quebra de sigilo telefônico e telemático de três ex-assessores de Jair Bolsonaro (PL) que desempenhavam funções na comunicação presidencial. Os parlamentares querem acesso às mensagens de WhatsApp, localizações e histórico de emails de Tércio Arnaud Tomaz, Mateus Matos Diniz e José Matheus Salles Gomes. O objetivo é saber se há conexão dos assessores com os atos de vandalismo aos prédios públicos da praça dos Três Poderes.
Os pedidos, de autoria dos deputados Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Erika Hilton (PSOL-SP), pedem acesso aos dados no período de 30 de outubro de 2022 a 8 de janeiro de 2023. Na justificativa, os parlamentares relembram que os assessores foram citados no relatório final da CPMI das Fake News como integrantes de um grupo que atuava dentro do Palácio do Planalto com o objetivo de formular e disseminar notícias falsas.
Oficialmente, os assessores eram responsáveis por acompanhar Bolsonaro diariamente, gravar vídeos, produzir memes (conteúdo relacionado a humor) e atualizar as redes sociais do ex-presidente.
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Em um dos pronunciamentos no Palácio do Planalto, em 2021, Bolsonaro citou os assessores e disse que os marqueteiros são "pessoas simples" e que "são perseguidas o tempo todo".
“O meu marqueteiro não ganhou milhões de dólares fora do Brasil. O meu marqueteiro é um simples vereador, Carlos Bolsonaro, lá́ do Rio de Janeiro. É o Tercio Arnaud, aqui, que trabalha comigo, é o Mateus, são pessoas, são perseguidas o tempo todo, como se fosse, tivessem inventado um gabinete do ódio. Não tem do que nos acusar. É o gabinete da liberdade, da seriedade."