Governo brasileiro celebra cessar-fogo entre Israel e grupo terrorista Hezbollah
Em nota, Itamaraty pede permanência da medida e que envolva a Faixa de Gaza, incluindo ajuda humanitária e libertação de reféns
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, divulgou um comunicado nesta quarta-feira (27) em que afirma ter tomado conhecimento, “com satisfação”, do anúncio de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hezbollah, que atua no Líbano. A pasta solicita o “cessar-fogo imediato, permanente e abrangente também na Faixa de Gaza, que permita a entrada desimpedida de ajuda humanitária e a libertação de todos os reféns”.
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Desde o início da guerra contra o grupo terrorista Hamas, que invadiu Israel em outubro de 2023, a milícia xiita que atua no Irã se juntou ao conflito, atacando o norte do território israelense. As FDI (Forças de Defesa de Israel) atuaram secretamente no sul do Líbano durante meses para desmantelar a estrutura da organização, até que, no fim de setembro, começou uma série de bombardeios.
Uma das ofensivas matou o comandante do Hezbollah, Hassan Nasrallah. Outros importantes líderes do grupo também foram eliminados, incluindo o primo e provável sucessor de Nasrallah, Hashem Safieddine. O governo israelense também assumiu a autoria das explosões simultâneas de pagers e rádios comunicadores de integrantes do Hezbollah, dias antes do início dos bombardeios. Agora, foi aprovado o acordo de cessar-fogo.
“O Brasil exorta as partes envolvidas a respeitarem os termos do acordo e a garantirem a cessação permanente das hostilidades e o retorno dos deslocados internos a suas residências. Reafirma, ainda, o compromisso com a soberania e a integridade territorial do Líbano, recordando a necessidade premente de cumprimento da Resolução 1701 (2006) do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a fim de que a paz e a estabilidade possam ser restabelecidas ao longo da Linha Azul, que separa o Líbano de Israel e das Colinas de Golã”, diz o governo brasileiro em nota.
O Itamaraty destaca a operação Raízes do Cedro, cujo objetivo é repatriar os brasileiros que estavam no Líbano. Em ao menos 13 voos, a Força Aérea Brasileira trouxe ao país 2.662 pessoas, entre nacionais e parentes. A pasta, chefiada pelo ministro Mauro Vieira, argumenta que foi a maior operação de repatriação da história. “Na elaboração das listas de passageiros, foram priorizados idosos, crianças, gestantes, pessoas com deficiência e desabrigados.”