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R7 Brasília

Governo celebra resultado da COP28, mas cobra de países ricos recursos para efetivar medidas

A conferência de Dubai terminou com sugestão para transição de combustíveis fósseis e o alcance da temperatura a 1,5ºC

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Marina cobrou que países ricos saiam na dianteira
Marina cobrou que países ricos saiam na dianteira

A 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, terminou nesta quarta-feira (13) com a aprovação de um documento que propõe uma transição para reduzir o uso de combustíveis fósseis rumo à neutralidade climática até 2050 e ao alcance do objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC em relação a níveis pré-industriais. O governo brasileiro celebrou o resultado do principal evento climático do mundo, mas cobrou de países ricos que saiam na dianteira para atingir os meios de implementação das medidas.

O principal resultado da COP de Dubai foi a conclusão do primeiro balanço global sob o Acordo de Paris, que avaliou o estado da resposta global à mudança do clima. Os representantes de diversos países reconheceram o senso da gravidade e da urgência alertada pela ciência e apontaram lacunas significativas de implementação dos compromissos climáticos, principalmente por parte de países desenvolvidos, em termos de cortes de emissões e de obrigações financeiras.

Segundo o governo federal, a conferência tratou, pela primeira vez de forma explícita, do tema de combustíveis fósseis, “estabelecendo objetivos globais para a transformação de sistemas energéticos rumo à neutralidade climática até 2050 e ao alcance do objetivo do Acordo de Paris de limitar o aumento de temperatura a 1,5ºC em relação a níveis pré-industriais”.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, comemorou o documento final e defendeu a ideia de que países ricos assumam a dianteira na transição energética. “Pela primeira vez, nós tivemos aqui um resultado que considera uma trajetória para levar ao fim do uso de combustível fóssil. Obviamente que esse mapa do caminho é o esforço que teremos daqui para a frente”, disse.


“Nós trabalhamos para que países em desenvolvimento e ricos sejam comprometidos com essa responsabilidade comum. É comum, mas diferenciada. E nesse caso os países desenvolvidos devem sim assumir a dianteira desse processo e devem trabalhar também para viabilizar os meios de implementação”, completou Marina.

A COP28 lançou o "Mapa do Caminho para a Missão 1.5", voltado ao reforço da cooperação internacional e ao estímulo dos países em seus próximos compromissos, a serem apresentados em 2025, quando o Brasil vai sediar a próxima COP30, em Belém (PA). A missão será implementada de Dubai à capital paraense, para o alcance do objetivo da temperatura do 1,5ºC.


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“Uma coisa muito importante foi o alinhamento em relação ao 1,5. Essa é a base de todos os esforços que terão que ser feitos a partir de agora para atendermos aquilo que diz a ciência”, destacou a ministra do Meio Ambiente. Marina ainda enfatizou que os países ricos e em desenvolvimento devem fazer sua parte e viabilizar o alcance das medidas propostas na COP.

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“Há um reconhecimento por parte de todos os países em desenvolvimento e esse reconhecimento e cobrança se dá em função da trajetória que vem sendo seguida até aqui por esses países. Os US$ 100 bilhões não aconteceram, e os meios para atender perdas e danos, nós temos US$ 800 milhões, o que é altamente insignificante diante da magnitude do problema”, destacou.

“Então os países em desenvolvimento vão colocar muito fortemente a necessidade de ter os necessários meios para podermos, todos os países, cumprir com todos os objetivos que colocamos aqui. Agora, nós estamos no percurso. Nós vamos para a COP29 onde a questão X são exatamente os recursos. A forma como todos esses enunciados serão viabilizados”, finalizou.

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