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R7 Brasília

Governo cria grupo com 10 ministérios para combater criminalidade no Vale do Javari (AM)

Medida, publicada na última sexta-feira (2), ocorre após quase um ano do assassinato de Bruno Pereira e de Dom Phillips

Brasília|Do R7, com Agência Estado

Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas
Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas

O Ministério dos Povos Indígenas criou um grupo de trabalho para promover a segurança e combater a criminalidade no vale do Javari, no Amazonas, onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados. A resolução com a medida foi publicada na última sexta-feira (2), no Diário Oficial da União (DOU).

O grupo será formado por dez ministérios, que trabalharão em parceria com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para propor medidas de combate à violência e garantir a segurança territorial dos povos indígenas que vivem na área. Associações de povos indígenas também vão participar das discussões.

Na próxima segunda-feira (5), os assassinatos de Dom Phillips e Bruno Pereira completam um ano. As autoridades policiais colocaram sob suspeita pelo menos oito pessoas, por possível participação nos homicídios e na ocultação dos cadáveres.

Três suspeitos já foram presos: os pescadores Amarildo da Costa Oliveira — que confessou ter matado Dom e Bruno e indicou o local onde os corpos foram enterrados —, Oseney da Costa de Oliveira e Jeferson da Silva Lima.


O caso

Dom e Bruno desapareceram em 5 de junho, após terem sido vistos pela última vez na comunidade São Rafael, nas proximidades da entrada da Terra Indígena Vale do Javari. Eles viajavam pela região e entrevistavam indígenas e ribeirinhos para a produção de reportagens e de um livro sobre invasões de áreas indígenas.

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Com 8,5 milhões de hectares, a Terra Indígena Vale do Javari localiza-se no extremo oeste do Amazonas, na fronteira com o Peru, e abriga ao menos 14 grupos isolados — a maior população indígena não contatada do mundo. A área é a segunda maior terra indígena do país — atrás apenas da Yanomami, com 9,4 milhões de hectares — e tem acesso restrito, feito apenas por avião ou barco, já que a região não tem eixos rodoviários nem ferroviários próximos.

Dom morava em Salvador, na Bahia, e fazia reportagens sobre o Brasil havia 15 anos para o New York Times e o Washington Post, bem como para o jornal britânico The Guardian. Bruno era servidor da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), mas estava licenciado desde que foi exonerado da chefia da Coordenação de Índios Isolados e de Recente Contato, em 2019.

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