Governo diz que vai discutir transparência da política de preços da Petrobras
Executivo quer saber se estatal está praticando preços acima do mercado internacional e cobra informações mais claras
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informaram nesta terça-feira (28) que o governo federal vai criar um grupo de trabalho para analisar a política de preços usada pela Petrobras para definir o preço de comercialização dos combustíveis no Brasil.
A Petrobras adota a PPI (política de paridade internacional), que faz com que os preços dos combustíveis acompanhem a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional, bem como a do dólar. Segundo Haddad, o Executivo quer dar mais transparência à medida, visto que a Petrobras tem adotado preços acima dos praticados no exterior.
"Nós vamos compor um grupo de trabalho com a participação do Ministério de Minas e Energia, Casa Civil e Fazenda, porque não não estamos tendo sucesso, até aqui, em dar maior transparência à tomada de decisão da empresa em relação a esse tópico", disse o ministro da Fazenda.
"Há, por exemplo, estimativas de que o preço dos gás está bastante acima do PPI. Uma margem exorbitante sobre o próprio PPI. Mas são rumores que precisam ser avaliados. Nós precisamos checar isso. Queremos dar transparência à política de preços da Petrobras", acrescentou Haddad.
Silveira questionou o fato de a Petrobras ter anunciado apenas nesta terça a redução dos preços de gasolina e diesel para as distribuidoras. Segundo ele, essa decisão poderia ter sido tomada há pelo menos duas semanas.
“Precisamos que a Petrobras seja transparente na sua política de preços. Queremos mais clareza sobre o porquê de a empresa demorar 15 dias para reduzir o preço dos combustíveis se ela poderia ter feito isso antes. Isso é algo que o governo brasileiro vai atuar de forma vigorosa e contundente", afirmou.
"Há que se discutir com a Petrobras seu papel social previsto na Constituição e na Lei das Estatais. Não faltará por parte do governo uma mão firme para que possamos entender um pouco dessa política de preços nacional que nos últimos anos, na nossa compreensão, não teve transparência, o que é fundamental quando se trata do interesse público", completou Silveira.