Governo libera R$ 60 milhões para áreas afetadas por chuva em SP, afirma ministro
Cidades do litoral de São Paulo têm sofrido com chuvas fortes desde o fim de semana; ministros estão no local
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, afirmou nesta quinta-feira (23), que o governo federal já liberou cerca de R$ 60 milhões para as cidades afetadas pelas chuvas no litoral de São Paulo.
"A gente fala de despesas com Exército, Marinha, Defesa Civil, o que foi viabilizado pelo Ministério da Economia, via Receita Federal", afirmou em coletiva de imprensa a bordo da navio-aeródromo multipropósito Atlântico, que atracou na região para ajudar nas buscas e atendimento às vítimas dos temporais.
Ainda segundo Góes, outros recursos devem ser liberados só para gastos com Defesa Civil na região nos próximos dias. A previsão orçamentária do governo federal em 2023 para ações de prevenção e resposta a desastres naturais em todo o país é de R$ 1,1 bilhão. Nos últimos quatro anos, foram reservados R$ 7 bilhões, sendo R$ 6 bilhões efetivamente utilizados.
Segundo o ministro, há ainda um plano de reconstrução feito pelas prefeituras das cidades que deve focar na construção de casas nos municípios atingidos.
Falhas do sistema de alerta
Góes também comentou possíveis falhas no sistema de alerta para risco de deslizamento na região. Moradores afirmam que não receberam aviso da Defesa Civil sobre as fortes chuvas.
"Isso não se resolve do dia para a noite, precisamos de políticas públicas. Agora temos a retomada do investimento e a retomada é importante ser articulada com a comunidade local", ressaltou.
Segundo o Góes, o Brasil tem um sistema de alerta estruturado, mas é preciso trabalhar a "consciência do cidadão". "Só o esforço da Defesa Civil de dar alerta não funciona. Precisamos estruturar esse sistema de alerta local", completou.
Na terça-feira (21), o ministro havia alertado que o Brasil tem cerca de 4 milhões de pessoas vivendo em áreas com altíssimo risco de desastre natural, como o que aconteceu no litoral paulista. Aproximadamente 14 mil pontos de risco estão mapeados pela Defesa Civil Nacional.
Ajuda nas buscas
Góes e o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, estão na região para acompanhar a chegada do navio-aeródromo multipropósito Atlântico em São Sebastião (SP), cidade mais atingida pelos temporais. A embarcação, que é maior navio da Marinha, vai ajudar nas buscas e no resgate de moradores e de turistas.
"É um navio ultraespecializado e foi adaptado para essa situação de emergência", afirmou Márcio França.
Um dos objetivos é montar um ponto de atendimento médico para os desabrigados a fim de desafogar os hospitais da região. Além disso, o navio possui uma rampa capaz de atracar em praias para o resgate de vítimas que ainda estão em áreas isoladas.
Chuvas em São Paulo
Desde o último sábado (18), o litoral de São Paulo é atingido por fortes chuvas, o que fez com que a região registrasse recorde de precipitações em algumas cidades. Até a tarde desta quinta-feira (23), as autoridades haviam confirmado a morte de 49 pessoas.
No estado, as chuvas deixaram 1.730 pessoas desalojadas e 766 desabrigadas. A situação fez com que o Governo de São Paulo decretasse estado de calamidade pública nos municípios atingidos.
Equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Defesa Civil atuam na região em busca de vítimas e no resgate a sobreviventes. Na segunda-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou as áreas afetadas e se reuniu com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e com outras autoridades dos municípios do litoral paulista.