Governo planeja recuperar solo para destiná-lo à agricultura familiar
Ao lançar Plano Safra direcionado a pequenos produtores, ministro da Fazenda disse que a economia brasileira depende do campo
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta quarta-feira (28), que o governo planeja recuperar solos degradados para colocá-los a serviço da agricultura familiar. A declaração ocorreu no lançamento do Plano Safra para a setor, com o anúncio de R$ 77,7 bilhões destinados aos pequenos produtores.
"Vamos ter muita preocupação com a recuperação do solo, que o solo degradado seja colocado a serviço do agricultor familiar e da produção de alimentos no nosso país. Isso é essencial para o plano econômico dar certo", afirmou Haddad, ressaltando a importância do setor para a melhora da saúde financeira nacional. "A economia não vai bem se o campo não for bem," disse o ministro.
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Os recursos têm o objetivo de estimular o trabalho de pequenos produtores do país, com ações para melhorar a produção sustentável de alimentos saudáveis, incentivar a compra de máquinas agrícolas, ampliar o microcrédito produtivo para agricultores do Norte e do Nordeste e oferecer linhas de crédito especiais para mulheres agricultoras.
Na terça-feira (27), o governo já tinha anunciado a parcela do plano voltada a grandes e médios produtores, com R$ 364,2 bilhões. No total, o Plano Safra deste ano totaliza R$ 441 bilhões, o maior da história.
Durante o discurso, Haddad também criticou a cotação em dólar das commodities agrícolas exportadas pelo Brasil, o que causa o encarecimento das terras no país. "Vocês todos sabem que essa dolarização da economia, em função das commodities, está afetando inclusive o preço da terra no Brasil. Isso vai exigir uma enorme mobilização para readequar a terra à produção de alimento e recuperar o solo", disse.
Plano Safra
Segundo o governo federal, agricultores que produzem alimentos como arroz, feijão, mandioca, tomate, leite e ovos terão acesso facilitado à contratação de recursos do Plano Safra, com taxa de juros reduzida de 5% para 4% ao ano. O objetivo dessa medida é contribuir com a segurança alimentar do país, ao estimular a produção de alimentos essenciais para as famílias brasileiras.
O programa deste ano alterou algumas regras da linha de microcrédito produtivo destinada aos agricultores familiares de baixa renda, com ampliação do enquadramento da renda familiar anual de R$ 23 mil para R$ 40 mil. Além disso, o limite de crédito vai subir de R$ 6.000 para R$ 10 mil. O desconto de adimplência para a região Norte vai saltar de 25% para 40%.