Governo publica exoneração de Gonçalves Dias do GSI
Além de Dias, Lula também exonerou Ricardo José Nigri, 'número dois' do órgão; Ricardo Capelli assume de forma interina
Brasília|Do R7, em Brasília
O governo federal publicou a exoneração do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, que pediu demissão do cargo nessa quarta-feira (19). A exoneração foi publicada na edição extra do Diário Oficial da União.
Além de Dias, o governo também exonerou Ricardo José Nigri, secretário-executivo do GSI, "número dois" do órgão.
Quem ocupa o comando do GSI interinamente é Ricardo Capelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça. Ele foi interventor de Segurança Pública do DF após os atos de 8 de janeiro.
A nomeação de Capelli também foi publicada na edição extra do Diário Oficial, nesta quarta-feira (20).
Saída de Gonçalves Dias
A decisão de sair do cargo foi tomada depois de imagens do circuito de segurança do Palácio do Planalto mostrarem que ele estava no prédio quando a sede do Executivo foi palco de atos de vandalismo em 8 de janeiro.
Ele teve uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros ministros, que concordaram com a medida em meio ao desgaste gerado ao governo com a divulgação das gravações.
Relação estremecida
A relação de Lula com o GSI está estremecida desde antes da posse do presidente. Ainda durante o governo de transição, o petista decidiu que a segurança pessoal dele deveria ser feita pela Polícia Federal, e não por servidores do Gabinete de Segurança Institucional.
Após os ataques, o desconforto aumentou. O presidente mostrou incômodo com o fato de membros das Forças Armadas ocuparem cargos no GSI, e chegou a dizer que alguém poderia ter facilitado a entrada de extremistas no Planalto. Segundo Lula, teria havido conivência dos militares com os vândalos.
Com a divulgação dos vídeos, o que era uma suposição virou constatação por parte do presidente. Antes, Lula achava que Dias tinha sido, no mínimo, negligente com a situação de 8 de janeiro. Agora, tem certeza de que o ex-ministro foi conivente.