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Haddad chama Bolsonaro e aliados de ‘traidores’ no caso do tarifaço: ‘Saiam do caminho’

Ministro da Fazenda afirmou que ex-presidente, familiares e apoiadores impedem negociações do governo com Trump

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Fernando Haddad acusou Jair Bolsonaro e seus aliados de obstruírem negociações entre Brasil e EUA.
  • Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto, alegando ataques à liberdade de expressão.
  • Haddad pediu aos apoiadores de Bolsonaro que "saem do caminho" para facilitar a negociação.
  • Lula criticou Trump por não querer dialogar, lembrando de suas interações com outros líderes mundiais.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Haddad aproveitou para fazer 'apelo' a Bolsonaro e aliados: 'Saiam do caminho' Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil - 30.06.2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira (24) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a família dele e apoiadores impedem as negociações do Brasil com os Estados Unidos sobre a taxa imposta pelo presidente Donald Trump.

Haddad também chamou Bolsonaro e aliados de “traidores” e pediu que o grupo “saia do caminho”.


Há duas semanas, Trump anunciou que vai taxar em 50% todos os produtos brasileiros comprados pelos Estados Unidos, a partir de 1º de agosto. Ele associou a decisão a uma suposta “caça às bruxas” sofrida por Bolsonaro (leia mais abaixo).

“Quem está obstruindo esse canal é a família Bolsonaro e os seus apoiadores“, destacou o ministro, ao ponderar: ”Não é só a família Bolsonaro."


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“Por isso, eu faço um apelo para as pessoas que têm apreço pela família Bolsonaro: vocês perderam a eleição, saiam do caminho e deixem o governo negociar. Saiam do caminho para que a mesa seja reestabelecida”, pediu, em entrevista a uma rádio.

Desde o anúncio do norte-americano, a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva tenta negociar para reverter a taxação.


Após a decisão de Trump, o petista determinou a criação de um comitê interministerial para discutir o assunto com empresários, entidades e o setor produtivo.

O grupo de trabalho é comandado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.


“A questão do Bolsonaro é central. Nós já estaríamos em uma mesa de negociação, se não fosse a interveniência desses personagens para impedir que essa negociação aconteça. Porque nós estamos disponíveis o tempo todo. Agora, precisa desobstruir esse canal”, acrescentou.

‘Há quanto tempo não se vê um traidor?’

Haddad afirmou, ainda, que o grupo político de Bolsonaro age diretamente do território norte-americano.

“A batata quente está sendo assada por gente de dentro do país. É uma força política nacional que está instaurada em Washington neste momento. Isso nunca aconteceu no país. Acho que desde a Inconfidência Mineira... há quanto tempo não se vê um traidor?”, acusou.

“Aqueles que têm vínculos com a extrema-direita, essas pessoas deveriam se mobilizar junto ao Bolsonaro. Parem de militar contra o Brasil”, completou Haddad.

Em 1789, uma parte da elite de Minas Gerais se mobilizou contra o domínio de Portugal no Brasil colônia. Integrante do movimento, Joaquim Silvério dos Reis acabou denunciando o grupo às autoridades portuguesas em troca de benefícios pessoais — como o perdão de dívidas.

A delação levou ao enforcamento e esquartejamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

‘Sou bom de truco. Ele vai tomar um seis’

Mais cedo nesta quinta, Lula voltou a criticar a decisão de Trump. O petista afirmou que o norte-americano “não quer conversar”.

“Eu não sou mineiro, mas sou bom de truco. Se ele tiver trucando, ele vai tomar um seis”, declarou, em referência ao jogo de cartas.

“Ele [Donald Trump] não quer conversar. Se quisesse conversar, ele pegava o telefone e me ligava. Eu conversei com o [ex-presidente dos Estados Unidos, Bill] Clinton, com o [ex-presidente dos EUA, Barack] Obama, com o [presidente da Rússia, Vladimir] Putin, com o [presidente chinês] Xi Jinping, conversei com o [ex-presidente dos EUA, Joe] Biden. Eu converso com a Índia, com o Canadá, ontem conversei 40 minutos com a presidente do México [Claudia Sheinbaum]. [Mas] ele [Trump], não quis conversar”, lamentou Lula.

‘Caça às bruxas’

Em 9 de julho, Donald Trump anunciou que vai cobrar 50% de todos os itens do Brasil comprados pelos EUA a partir de 1º de agosto.

Segundo o republicano, a medida é uma resposta direta a supostos ataques do Brasil à liberdade de expressão de empresas norte-americanas e à forma como o país tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de inelegível até 2030, o ex-presidente é réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.

Para o líder norte-americano, o julgamento e as investigações que envolvem o ex-presidente brasileiro configurariam uma “caça às bruxas” que deveria “terminar imediatamente”.

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