Haddad diz que trabalha para elevar PIB brasileiro a 2%, acima da previsão de 1,7% do FMI
Fundo Monetário Internacional projetou crescimento da economia brasileira em 1,7%; ministro da Economia volta a comentar déficit
Brasília|Laísa Lopes, do R7, em Brasília
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (30) que o governo federal está trabalhando para aumentar o PIB (Produto Interno Bruto) em 2%. Mais cedo, o FMI (Fundo Monetário Internacional) projetou o crescimento da economia brasileira em 1,7%.
Nós estamos trabalhando com o crescimento superior. Entendemos que o Brasil tem toda a condição de crescer mais de 2%, e nós vamos tomar medidas para que isso aconteça.
A inflação do país fechou em 4,62% em 2023, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O valor foi 0,13 ponto percentual abaixo do teto da meta, que era de 4,75%. Já a taxa de juros chegou a 11,75% ao ano na última atualização, em dezembro do ano passado, o menor nível desde março de 2022.
No entanto, mesmo com a melhora no indicador, a economia brasileira deve crescer menos que o estimado para a América Latina em 2024, apesar do corte nas projeções para a região. O México, por exemplo, cresceu 3,4 pontos percentuais em 2023 e deve crescer 2,7 pontos percentuais em 2024.
Haddad disse que os números de janeiro, até o momento, são razoáveis. "Nós entramos em 2024 confiantes que podemos ter um ano acima das expectativas, como aconteceu em 2023", afirmou.
O ministro voltou a comentar sobre o déficit de R$ 230 bilhões nas contas públicas do país em 2023. "O precatório que foi pago, ele já era dívida. Ele só não tinha sido contabilizado como dívida, mas já existia o fato de ela não ter sido paga. Então, o pagamento do precatório deu quase 1% do PIB a mais do que teria acontecido este ano", disse Haddad.
Além da falta de pagamento dos precatórios, o Ministério da Fazenda inclui no déficit as indenizações referentes a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
As contas do governo federal registraram déficit recorde de R$ 116,147 bilhões em dezembro, acumulando um saldo negativo de R$ 230,535 bilhões em 2023. O acumulado do ano passado representa um déficit de 2,1% do PIB, marcando o retorno das contas federais ao vermelho após um dado positivo pontual em 2022.