O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta quinta-feira (15) haver discussões internas no governo federal para aumentar o valor do Bolsa Família no próximo ano. Segundo Haddad, não há estudos sobre o tema em andamento nem pedido do Ministério do Desenvolvimento Social para elevar o benefício. A pasta, comandada por Wellington Dias, é responsável pelo programa de transferência de renda. Atualmente, o repasse mínimo do benefício é de R$ 600 — o valor médio em abril ficou em R$ 668. “Não sei nem qual é o interesse disso. Wellington já falou, não tem demanda, estudo, pedido de orçamento para o MDS. Zero. Não está em cogitação. Não há, da parte do MDS, pressão sobre a área econômica para absolutamente nenhuma iniciativa nova — isso vale para os demais ministérios também. Não há demanda de espaço fiscal para projetos novos. Estou vendo circular uma série de coisas que não procedem. O Orçamento do ano que vem não está nem sendo discutido ainda, estou discutindo meta fiscal deste ano. As pressões, dificuldades [para 2026] não começaram a ser discutidas. Começa a ser discutido fim de junho, começo de julho”, destacou Haddad a jornalistas, no Ministério da Fazenda, em Brasília. O ministro também informou que as únicas medidas em discussão, que devem ser apresentadas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana, dizem respeito à meta fiscal de 2025. Segundo Haddad, as iniciativas seriam levadas a Lula nesta quinta, mas a entrega foi adiada devido ao velório do ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica. Aliado do uruguaio, o petista compareceu à cerimônia, em Montevidéu. “São medidas pontuais, para o cumprimento da meta fiscal, como fizemos no ano passado. Estamos identificando onde estão alguns gargalos e problemas, tanto do ponto de vista da despesa quanto da receita, e vamos apresentar para o presidente. Não dá nem para chamar de pacote porque são medidas pontuais, nenhuma de escala, voltadas exclusivamente para o cumprimento da meta fiscal”, esclareceu o ministro. Mais cedo, o Ministério do Desenvolvimento Social já tinha desmentido a informação. “Não há qualquer decisão ou estudo em andamento sobre um novo reajuste no Programa Bolsa Família”, destacou a pasta, por meio de nota. “Desde a retomada do programa, em março de 2023, o novo Bolsa Família vem sendo implementado de forma progressiva”, continua o texto. “A implantação completa do novo modelo ocorreu em 2024, representando um incremento médio de 26% nos benefícios. Atualmente, o valor per capita médio pago é de R$ 230 – o equivalente a cerca de US$ 40, alinhado ao padrão da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, completa o ministério. Bahia, São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os cinco estados brasileiros com mais famílias beneficiadas pelo programa de transferência de renda Bolsa Família. Juntas, as unidades federativas concentram 47,11% das famílias que recebem os recursos.Em abril, o benefício alcançou 20.488.545 de núcleos familiares, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social. Os pagamentos de maio começam na próxima segunda-feira (19). Beneficiários com o NIS (Número de Identificação Social) de final 1 serão os primeiros a receber. O cronograma de depósitos segue até o dia 30 de maio.Na Bahia, são 2.469.268 de famílias, o que corresponde a 12,05% dos participantes. Em São Paulo, 2.461.899 — 12,02%. Em Pernambuco, as famílias atendidas chegam a 1.580.478 (7,71%); em Minas Gerais, a 1.570.614 (7,67%); e no Rio de Janeiro, a 1.570.408 (7,66%). Veja a lista completa das unidades federativas abaixo.O governo federal investe R$ 13,7 bilhões no Bolsa Família. O pagamento mínimo do programa é de R$ 600, mas a transferência pode aumentar, a depender dos integrantes e do formato da família.São os benefícios adicionais: R$ 150 para cada criança de 0 a 6 anos; R$ 50 para gestantes; R$ 50 para lactantes; e R$ 50 para crianças e adolescentes de 7 a 18 anos.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp