Iges afasta servidores investigados em operação da Polícia Civil
Instituto disse que está à disposição das autoridades para esclarecimentos durante a investigação
Brasília|Do R7, em Brasília
O Conselho de Administração do Iges (Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal) decidiu, nesta quarta-feira (28), afastar o diretor vice-presidente, Caio Valério Gondim Reginaldo Falcão, e o diretor de Administração e Logística, Antônio Carlos Garcia Martins Chaves. A suspensão temporária de 30 dias foi decidida em reunião extraordinária do colegiado, presidido pela Secretaria de Saúde, após os dois servidores serem citados nas investigações da Operação Escudeiro. Em nota, o advogado Thiago Alencastro, disse que aguarda o acesso ao inquérito para que ele possa se pronunciar.
“Até o momento desconhecemos a acusação. Informamos adicionalmente que ele corroborou com a decisão do seu afastamento da Diretoria Vice-Presidencial do IGESDF, conforme previsão no Estatuto do Instituto, para que assim possa contribuir com as investigações. Certos da conduta idônea em toda a vida profissional do doutor Caio, ele tem recebido apoio e respeito de todos que conhecem sua trajetória”, diz texto.
O R7 também tenta contato com a defesa de Antônio Carlos Garcia. Mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
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Em nota oficial, o Iges disse que o período de afastamento é para que os dois servidores “possam trabalhar em suas defesas” e para que “os fatos sejam devidamente apurados”. “O Iges permanece à disposição das autoridades competentes para fornecer todo o suporte necessário para as investigações em andamento. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a legalidade”, informou.
Nesta quarta-feira (28) a polícia civil cumpriu 20 mandados de busca e apreensão para investigar supostas fraudes em contratos no Iges. Segundo os investigadores, um grupo formado por servidores públicos e empresários teria recebido favorecimento no contrato de fornecimento de refeições para os pacientes nas unidades de saúde administradas pelo instituto, incluindo o Hospital de Base, o principal da capital federal.
Os mandados foram cumpridos em endereços vinculados à prestadora de serviços e a servidores do Iges, além da sede do instituto. Os locais estão situados no DF, em Goiás e no Amapá.
A PCDF afirma ter encontrado diversos indícios de que o serviço era prestado de forma inadequada e precária, com falta de insumos, atrasos nas entregas e carência de equipamentos adequados para a produção de alimentos. Para a polícia, existem sólidos indícios de que o “alinhamento” entre empresários e gestores ocorreu devido ao pagamento de propina aos servidores públicos.
“As diligências apontaram fortes evidências de direcionamento contratual e favorecimento indevido da empresa prestadora do serviço, que, mesmo diante das inúmeras falhas verificadas, teve o contrato renovado e seus pedidos de aumento dos valores repassados pelo IGES-DF atendidos”, explicou a PCDF.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de capitais. Caso condenados, podem pegar penas de até 30 anos de prisão.