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R7 Brasília

Indicado à presidência da Petrobras é aprovado para o conselho da estatal

José Mauro Coelho precisava entrar no colegiado para que a indicação ao comando da empresa fosse avaliado; decisão sai nesta quinta

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Assembleia-geral de acionistas da Petrobras ocorreu nesta quarta-feira (13)
Assembleia-geral de acionistas da Petrobras ocorreu nesta quarta-feira (13)

Os acionistas da Petrobras elegeram, nesta quarta-feira (13), os novos indicados pelo governo para compor o Conselho de Administração da estatal. O indicado do governo à presidência da empresa, José Mauro Coelho, foi aprovado para entrar no colegiado. Com isso, o nome dele pode ser avaliado pelo grupo. 

A assembleia-geral ocorreu de forma virtual. De acordo com a Petrobras, está prevista para quinta-feira (14) a realização de reunião do novo conselho para apreciar a indicação de José Mauro Coelho ao cargo de presidente da estatal. Se eleito, a posse vai ocorrer no mesmo dia.

Conheça, abaixo, o novo Conselho de Administração:

- Márcio Andrade Weber (indicado para presidir o conselho)


- José Mauro Ferreira Coelho (indicado para presidir a companhia)

- José João Abdalla Filho


- Luiz Henrique Caroli

- Marcelo Gasparino da Silva


- Murilo Marroquim de Souza

- Ruy Flaks Schneider

- Sonia Julia Sulzbeck Villalobos

Na assembleia, Francisco Petros Oliveira Lima Papathanasiadis foi eleito pelos acionistas minoritários detentores de ações ordinárias; Marcelo Mesquita de Siqueira Filho foi eleito pelos acionistas detentores de ações preferenciais e Rosangela Buzanelli Torres, pelos empregados da Petrobras.

Os acionistas elegeram, ainda, os membros do Conselho Fiscal: Agnes Maria de Aragão da Costa (titular) e Marisete Fátima Dadald Pereira (suplente), Sérgio Henrique Lopes de Souza (titular) e Alan Sampaio Santos (suplente), Janete Duarte Mol (titular) e Otavio Ladeira de Medeiros (suplente).

Já pelos acionistas minoritários detentores de ações ordinárias e ações preferenciais, Michele da Silva Gonsales Torres (titular) e Robert Juenemann (suplente), Patricia Valente Stierli (titular) e Antonio Emilio Bastos de Aguiar Freire (suplente), respectivamente.

Nos últimos dias, o Comitê de Elegibilidade recomendou a aprovação dos nomes de Coelho e Weber, que preenchem os requisitos necessários previstos na Lei 13.303/2016 e no Decreto 8.945/2016 e não incorrem em vedações para os cargos.

O grupo havia recomendado aos indicados que, caso ocupem as posições pretendidas, tomem as providências necessárias para que as empresas em que possuem participação societária se abstenham formalmente de prestar serviços à Petrobras.

O nome escolhido por Bolsonaro para presidir a estatal será o substituto do general Joaquim Silva e Luna, demitido pelo presidente no fim de março. Após a decisão, o militar defendeu a gestão à frente da estatal e as decisões adotadas, alvo de críticas por parte do governo em razão dos sucessivos repasses de aumentos dos combustíveis ao consumidor.

Bolsonaro critica de forma recorrente a política de preços adotada pela Petrobras, a PPI (Paridade de Paridade de Importação), que leva em consideração o mercado financeiro internacional com a variação do dólar, somado ao preço do barril de petróleo.

A política de preços da estatal, os aumentos recentes dos preços dos combustíveis e a demora na queda dos valores do litro da gasolina e do diesel, mesmo diante da baixa do dólar, geram desgaste para o governo e podem prejudicar a campanha política do presidente, que vai tentar a reeleição em outubro deste ano.

Coelho foi presidente do conselho de administração da Pré-Sal Petróleo e ex-secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia. Ele é ainda ex-oficial de Artilharia do Exército Brasileiro. O indicado é graduado em química industrial pelas Faculdades Reunidas Professor Nuno Lisboa, mestre em engenharia dos materiais pelo Instituto Militar de Engenharia e doutor em planejamento energético pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Em entrevista à TV Brasil, em agosto de 2021, Coelho defendeu a prática de preços de paridade de importação, o PPI, e também se candidatou a deputado estadual pelo PSDB no Rio de Janeiro em 2006, mas teve 1.437 votos (0,018%) e não foi eleito. De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ele usava o nome de "Prof. José Mauro" no pleito eleitoral.

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Desistências

A aprovação dos nomes de Coelho e Weber ocorre após crise aberta por causa das desistências dos antigos indicados por Bolsonaro. No início do mês, Adriano Pires, que havia sido indicado para a presidência da Petrobras, comunicou ao Palácio do Planalto sua desistência, alegando conflito de interesses, uma vez que é sócio-diretor de uma empresa que atende diversos clientes do setor de energia e infraestrutura do país.

"Ficou claro para mim que não poderia conciliar meu trabalho de consultor com o exercício da presidência da Petrobras. Iniciei imediatamente os procedimentos para me desligar do Centro Brasileiro de Infraestrutura, consultoria que fundei há mais de 20 anos e hoje dirijo em sociedade com meu filho. Ao longo do processo, porém, percebi que infelizmente não tenho condições de fazê-lo em tão pouco tempo", relatou em carta enviada ao ministro de Minas e Energia.

"Ao longo da minha carreira, sempre lutei pelo desenvolvimento do mercado brasileiro de óleo e gás. Venho defendendo publicamente a importância de regras de mercado e do aumento da competição, em prol do consumidor e da sociedade, do crescimento do país e do incentivo aos investimentos", completou.

A indicação de Pires virou alvo de um pedido de investigação feito pelo Ministério Público ao Tribunal de Contas da União justamente devido a eventual irregularidade. A desistência ocorreu na esteira da abdicação de Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, indicado ao Conselho de Administração da Petrobras.

O empresário desistiu do cargo um dia após o time dele perder a final do Campeonato Carioca para o Fluminense. Landim destacou que a indicação, feita por Bolsonaro, é uma honra, mas que tinha resolvido abrir mão dela e dedicar seu tempo e esforço ao clube que dirige.

"Apesar do tamanho e da importância da Petrobras para o nosso país e da enorme honra para mim em exercer este cargo, gostaria de informá-lo que resolvi abrir mão desta indicação, concentrando todo o meu tempo e dedicação para o ainda maior fortalecimento do nosso Flamengo", disse.

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