INSS: alvo da PF, Nelson Wilians diz que relação com Camisotti era de ‘amizade’
Segundo o Coaf, o escritório do advogado movimentou mais de R$ 4 bi entre 2019 e 2024; maioria das transações envolveu Camisotti
Brasília|Rute Moraes e Iasmin Albuquerque*, do R7, em Brasília

Em depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das fraudes do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), o advogado Nelson Wilians negou, nesta quinta-feira (18), qualquer envolvimento com os descontos de entidades associativas em pagamentos de aposentados e pensionistas do instituto.
“Não possuo relação com os fatos investigados. Jamais me envolveria em algo tão sórdido, conduta que repudio com veemência. Não tenho qualquer participação na fraude do INSS”, disse o advogado.
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Ele foi alvo, na semana passada, de um mandado de busca e apreensão da PF (Polícia Federal) por suposto envolvimento no esquema que teria desviado mais de R$ 6 bilhões de aposentados e pensionistas.
Wilians, afirmou que a PF não errou em realizar as buscas, pois tem “papel institucional”. O advogado ainda disse que sua relação com o empresário Maurício Camisotti, que seria um dos operadores financeiros do esquema, começou com de “amigos em comum”, mas tornou-se em “amizade” posteriormente.
“Minha relação com Maurício Camisotti, esse eu conheço desde 2015, apresentado por um amigo em comum, uma pessoa de bem também, assim como eu. Minha relação com ele iniciou [como] profissional e passou para amizade. Normalmente, aqueles clientes que eu tenho uma proximidade a tendência é ter uma relação mais próxima”, disse à CPMI.
Segundo o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), o escritório do advogado movimentou cerca de R$4,3 bilhões em operações suspeitas no período de 2019 a 2024. Grande parte das transações envolveram Camisotti, alvo da operação da PF e preso desde a semana passada.
O advogado ainda negou o envolvimento com Antonio Carlos Antunes Camilo, conhecido como “careca do INSS”, que seria um dos operadores financeiros do esquema.
“Eu não conheço o Careca do INSS, eu só vir a ter conhecimento deste nome a partir das notícias”, prosseguiu.
Conforme o advogado, no “ápice” do escritório de advocacia que ele comanda, chegou a “recolher” R$ 2 milhões por dia em custos processuais.
No início da oitiva, Wilians se recusou a assumir o termo de compromisso de falar a verdade no colegiado. Como ele foi enquanto testemunha, não era obrigado a assumir o termo. Contudo, posteriormente, o advogado recuou e resolveu assumir tal compromisso, mas não assinou o termo oficialmente.
Depois de falar na abertura, portanto, antes do início das perguntas, o advogado ficou em silêncio na maioria dos questionamentos.
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