Investigado, deputado estadual do Espírito Santo critica ação de Moraes
Na mira de operação da PF, Capitão Assumção (PL) afirmou nas redes sociais que praticou 'livre manifestação de pensamento'
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
Alvo da operação realizada nesta quinta-feira (15) pela Polícia Federal (PF) no Espírito Santo, o deputado estadual Capitão Assumção (PL) criticou a ação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmou, pelas redes sociais, que agentes da PF estiveram em sua residência.
"Urgente. PF na minha casa e no meu gabinete a mando de Alexandre de Moraes. Pratiquei o terrível crime de livre manifestação do pensamento", escreveu o deputado estadual.
Além dele, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão no gabinete do deputado estadual Carlos Von (DC). Os dois parlamentares, integrantes da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), são alvo de mandados de busca e apreensão expedidos por Moraes na manhã desta quinta-feira (15) contra suspeitos de financiar protestos antidemocráticos no país após o resultado das eleições.
Foram 103 mandados de busca e apreensão realizados em nove unidades da Federação (Acre, Amazonas, Espírito Santo, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal).
A ação é realizada contra pessoas e empresas identificadas pelas forças federais e locais de segurança como financiadores dos atos e bloqueios nas rodovias brasileiras.
No Espírito Santo, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão nas cidades de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim. Ao todo, são mais de 80 mandados de busca e apreensão, mandados de prisão, quebra de sigilo bancário e bloqueio de contas de empresários.
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Protestos
Desde o fim do segundo turno das eleições, manifestantes contrários ao resultado têm fechado rodovias e acampam em frente a quartéis das Forças Armadas em diversas cidades do país.
Na última segunda-feira (12), manifestantes protagonizaram atos de vandalismo em Brasília, ao atear fogo em ônibus e carros e atacar prédios públicos — entre eles uma delegacia — e comerciais. Apesar da depredação do patrimônio público e privado, ninguém foi preso.
Os manifestantes tentaram invadir o prédio da Polícia Federal depois que o ministro determinou, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), a prisão de uma liderança indígena que participava das manifestações.