Itamaraty diz que Brasil vai representar Argentina até que novo país seja escolhido
O governo brasileiro recebeu com surpresa a comunicação do governo venezuelano de que quer revogar acordo
O Itamaraty informou neste sábado (7) que o governo brasileiro recebeu com surpresa a comunicação do governo venezuelano de que quer revogar o seu consentimento para que o Brasil proteja os interesses da Argentina na Venezuela. “De acordo com o que estabelecem as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares, o Brasil permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos até que o governo argentino indique outro país aceitável para o governo venezuelano para exercer as referidas funções”, disse.
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“Nesse contexto, nos termos das Convenções de Viena, a inviolabilidade das instalações da missão diplomática argentina, que atualmente abrigam seis asilados venezuelanos, além de bens e arquivos”, afirmou.
O movimento acontece após forças de segurança venezuelanas cercarem a embaixada da Argentina em Caracas na noite desta sexta-feira (6) e manterem o cerco neste sábado. A embaixada da argentina estava sob a responsabilidade dos diplomatas brasileiros desde 1ª de agosto, quando o embaixador argentino foi expulso da Venezuela. No primeiro pedido de entrega da embaixada, o Itamaraty respondeu formalmente que não ia entregar a custódia até que tenha outro país indicado para cuidar dos interesses argentinos na embaixada.
O movimento de Nicolás Maduro é denunciado pelas redes sociais de Pedro Urruchurtu Noselli, coordenador internacional da líder da oposição María Corina Machado. Desde sexta-feira a noite ele compartilha que patrulhas e funcionários encapuzados e armados do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional), a principal agência de inteligência na Venezuela, e da Direção de Ações Estratégicas e Táticas, cercaram a sede diplomática, protegida pelo direito internacional.
Nas redes sociais, Noselli escreveu que o acesso de jornalistas também está restrito, embora a rua não esteja fechada. Também há denúncias de suposto corte do serviço elétrico da Embaixada da Argentina.
Seis opositores da equipe de Corina Machado, incluindo Urruchurtu Noselli, estão asilados na representação diplomática argentina desde o dia 20 de março. Quando o Brasil assumiu a custódia da sede diplomática, a embaixada brasileira assumiu a proteção dos opositores e a integridade dos documentos e física do prédio. Caracas rompeu as relações diplomáticas com a Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai.