Janja defende combate ao 'ódio, intolerância e misoginia' em post após sofrer ataque hacker
Responsável pelo ataque postou mensagem com teor sexual e xingamentos na conta da primeira-dama na noite desta segunda
Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
Um dia após ter a conta em uma rede social invadida por hackers, a primeira-dama Janja Lula da Silva afirmou que o "ódio, a intolerância e a misoginia precisam ser combatidos, e os responsáveis, punidos". A declaração foi feita nesta terça-feira (12) em uma postagem em outra plataforma, já que o perfil invadido continua bloqueado.
A Polícia Federal investiga o caso, e a Advocacia-Geral da União (AGU) notificou extrajudicialmente a empresa responsável pela rede social.
"Eu já estou acostumada com ataques na internet, por mais triste que seja se acostumar com algo tão absurdo. Mas a realidade é que a internet é um espaço potente para o bem e para o mal. E é comprovado que nós, mulheres, somos as que mais sofrem com os ataques de ódio aqui nas redes. O que eu sofri ontem é o que muitas mulheres sofrem diariamente", ressaltou.
Janja agradeceu pelas mensagens de solidariedade e apoio que tem recebido. "Eu sei, e é sempre bom relembrar, que não estamos sozinhas", completou.
• Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp
• Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp
• Compartilhe esta notícia pelo Telegram
• Assine a newsletter R7 em Ponto
Entenda o caso
Nesta segunda-feira (11), a conta utilizada por Janja foi alvo de um ataque hacker. Publicações falsas começaram a ser postadas às 21h37. Os textos incluíam xingamentos e mensagens de cunho sexual. Em um dos posts, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes é chamado de "bandido".
"O Alexandre de Moraes é bandido e logo vai sofrer impeachment. Nada que ele faça vai impedir a gente de falar a verdade, enquanto tenho tempo falarei mais e mais", diz mensagem publicada na conta.
Em outra postagem, o responsável pela invasão faz provocações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Duvido muito que o Lula tenha a coragem de me chamar após descobrir quem eu sou, ou a Janja perguntar os motivos da minha invasão à conta dela. Por isso, eu não ligo para essa gente, pois não se importam comigo de verdade. Eu odeio políticos."
Hacker envia áudio: 'Não estou nem aí'
Por meio de um áudio publicado no perfil da primeira-dama, o invasor da página disse que está ciente de que a PF está investigando o caso, que não está "nem aí" e que "isso acontece só com gente honesta, que está zoando um pouco na rede social". Confira a íntegra da mensagem de voz:
"Eu quero avisar que estou ciente de que a Polícia Federal está investigando isso aqui. Eu não estou nem aí. Eu sei que vai dar em alguma coisa, talvez não dê, talvez dê, depende do sistema judiciário deste país, que é quebrado, por sinal. Eu sou um cara que julga muito que as leis deste país são frágeis, são uma porcaria e que só tem político roubando", afirma.
"Então, se eu for preso, eu quero avisar a vocês que... Não acredito que eu vá ser preso, talvez, sim, consequências jurídicas, mas eu quero avisar a vocês que isso acontece só com gente honesta, que está aqui zoando um pouco na rede social. Agora, com bandido, Lula, corrupto, essas pessoas do grande poder, do sistema, nada acontece", continua o hacker.
"Então, antes de vocês me julgarem, questionem esses políticos [em] que vocês votaram. Se vocês apoiam ele, continuem apoiando quem você considera útil para o país, mas, pelo menos, saiba que, se você votou em alguém, você tem que cobrar essa pessoa politicamente", conclui.
Repercussões
A Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência da República informou que "repudia veementemente o ataque hacker à conta da senhora Janja Lula da Silva" e que "a Polícia Federal e a plataforma X [antigo Twitter] foram acionadas". Também afirma que "todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas. Não serão tolerados crimes, discursos misóginos, o ódio e a intolerância nas redes sociais".
Na mesma rede social, o ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, afirmou que os criminosos "serão identificados e responderão" pelo crime.
A AGU enviou uma notificação extrajudicial em que solicita providências da rede social depois da invasão do perfil da primeira-dama. O documento pede o congelamento do perfil até a conclusão da investigação, além da preservação de registros e elementos digitais, como endereços IP e mensagens diretas.