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R7 Brasília

Joias apreendidas iriam para o acervo da Presidência, diz gestão de Bolsonaro

Objetos de diamante não seriam para Michelle Bolsonaro, alegam integrantes do governo do ex-presidente da República

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Aeroporto Internacional de Doha, em 2021
O ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Aeroporto Internacional de Doha, em 2021

As joias de diamante apreendidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos em outubro de 2021 com um assessor que trabalhou durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) seriam incorporadas ao acervo da Presidência da República, afirmam integrantes do governo do ex-presidente. Eles descartam a possibilidade de que os objetos seriam um presente à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

As pedrarias, avaliadas em R$ 16,5 milhões, foram um presente do governo da Arábia Saudita. O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque as recebeu durante viagem oficial ao país do Oriente Médio, para a qual Bolsonaro foi convidado, mas enviou o ex-ministro no lugar dele. No retorno para o Brasil, as joias foram identificadas dentro da bagagem de um assessor de Albuquerque.

Em ofício elaborado poucos dias após a apreensão, o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República afirmou que "os presentes recebidos pelo senhor ministro de Estado de Minas e Energia na qualidade de representante do presidente da República, por ocasião da visita oficial a Riade, Reino Unido da Arábia Saudita, enquadram-se na condição de encaminhamento para análise quanto à incorporação ao acervo privado do presidente da República ou ao acervo público da Presidência da República".

Neste sábado (4), em nota enviada à imprensa, Albuquerque também afirmou que as joias passariam a compor o acervo do Estado e não seriam entregues a Michelle. No comunicado, o ex-ministro destacou que os objetos "tratavam-se [sic] de presentes institucionais destinados à Representação brasileira integrada por Comitiva do Ministério de Minas e Energia — portanto, do Estado brasileiro; e que, em decorrência, o Ministério de Minas e Energia adotaria as medidas cabíveis para o correto e legal encaminhamento do acervo recebido".


"Quando da chegada da Comitiva do Ministério de Minas e Energia ao Brasil, sem tentar induzir, influenciar ou interferir nas ações adotadas por representantes da Receita Federal, o ministro se ateve a externar as explicações decorrentes, necessárias à perfeita elucidação da origem dos itens recebidos", diz a nota.

A ex-primeira dama se manifestou pelas redes sociais e disse desconhecer que as joias seriam um presente para ela. "Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo, hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa impressa [sic] vexatória."


A despeito das manifestações da gestão de Bolsonaro de que os diamantes iriam para o acervo da Presidência, as joias continuam apreendidas pela Receita Federal. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, prometeu uma investigação sobre o caso.

"Fatos relativos a joias, que podem configurar os crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros possíveis delitos, serão levados ao conhecimento oficial da Polícia Federal para providências legais. Ofício seguirá na segunda-feira", afirmou ele em uma rede social.

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