O presidente Ibama, Rodrigo Agostinho, conversou com a jornalista Lívia Veiga
Camila Costa/R7O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, afirmou nesta quinta-feira (9), em entrevista ao JR Entrevista, que o órgão se prepara para executar ações em pelo menos dez terras indígenas. Acompanhe a entrevista às 19h45, na Record News.
Rodrigo Agostinho conversou com a jornalista Lívia Veiga. Ele deu detalhes de como os garimpeiros atacaram a base do governo e abordou ainda a retomada do Fundo Amazônia. Segundo Agostinho, a situação das Terras Yanomamis não é isolada. Mais de 20 áreas protegidas na Amazônia estão sofrendo com o garimpo ilegal, além de regiões como Rondônia, Acre, sul do Amazonas e o Pará.
Leia mais: Amazônia: garimpo ilegal em terras indígenas subiu 1.217% em 35 anos
“A Amazônia virou hoje um espaço de muitas ilegalidades. Tráfico de animais, extração ilegal de madeiras, desmatamento e garimpo ilegal, atividades que têm destruído a floresta. Faremos a desintrusão de áreas como a Terra Indígena Mundurucu e a Terra Indígena Kayapó”, afirma Agostinho. As duas terras indígenas ficam no estado do Pará.
O foco, segundo o presidente, será o combate à extração e ao comércio ilegal de madeira, ao desmatamento e ao avanço de outras ilegalidades. “O que estamos percebendo é que crimes ambientais estão servindo para lavagem de dinheiro de outros crimes. Facções que atuavam em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, incluindo Comando Vermelho, PCC e também facções estrangeiras, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), estão indo para a Amazônia lavar dinheiro de drogas. Recentemente fomos ao Vale do Jaguari e vimos que a pesca tem servido para lavagem de dinheiro de tráfico de drogas”, declarou Agostinho.
Veja também
-
Brasília
Governador do Acre é alvo de operação da PF sobre esquema que teria desviado R$ 120 milhões
-
Brasília
Governo inclui novos membros para barrar iniciativas pró-garimpo na comissão sobre yanomamis
-
Luiz Fara Monteiro
Em helicóptero da Força Aérea Brasileira, Ministra Marina Silva visita Território Yanomami
Para dar conta desse e de outros desafios, Agostinho afirmou que o quadro do Ibama será recomposto por meio de um concurso público, previsto para este ano. O órgão, que chegou a ter 2.000 fiscais, conta, atualmente, com cerca de 300 profissionais.
A retomada do Fundo Amazônia, segundo Agostinho, será um suporte para o trabalho do Ibama e o combate aos crimes ambientais. “Os investimentos serão maciçamente em bioeconomia, mas o fundo também investe em combate ao desmatamento e outros pontos problemáticos. O Ibama está preparando um grande projeto de fiscalização com o fundo, que será submetido nas próximas semanas”, declarou.