Homem que furou blitz e teve carro baleado no DF não tentou atropelar PM, conclui Justiça
Caso aconteceu em outubro de 2023, na região central de Brasília; passageiro do veículo acabou morto no episódio
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília
O Tribunal do Júri de Brasília decidiu nesta segunda-feira (12) que Raimundo Cleofas Alves Aristides Júnior não teve intenção de atropelar um policial militar quando tentou furar uma blitz e fugir, em outubro do ano passado. Na ocasião, agentes dispararam contra o veículo, e o passageiro do carro, Islan da Cruz Nogueira, de 24 anos, morreu.
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De acordo com a decisão do juiz Paulo Robério Santos Giordano, “fica patente a inexistência de dolo de matar por parte do acusado”, de modo que o motorista manobrou o carro para tentar fugir e não para atingir o policial.
“Ainda que a atitude do acusado tenha sido extremamente reprovável, arriscada e irresponsável, é extreme de dúvidas que não praticou crime doloso contra a vida, e sim, ao menos em tese, lesões corporais, desobediência e embriaguez ao volante”, concluiu o juiz.
Em depoimento a policiais na época do crime, o motorista negou que tentou atropelar o PM e disse que o pedal do acelerador do carro “travou”, o que fez o veículo avançar sobre os pontos de bloqueio.
A desclassificação de homicídio doloso para crimes de menor peso — lesão corporal, desobediência e embriaguez ao volante — diminui a pena prevista e faz com que o caso precise ser julgado por outro órgão, visto que o Tribunal do Júri é responsável apenas por crimes dolosos.
O R7 tenta contato com a defesa de Raimundo e o espaço segue aberto para atualizações.
Relembre o caso
Na madrugada de 29 de outubro de 2023, Raimundo dirigia na Via S1, perto da Torre de TV, quando foi parado em uma blitz de trânsito. O motorista tentou fugir e atingiu um policial militar que fazia parte da ação, o que teria feito com que os agentes abrissem fogo contra o veículo.
O passageiro do carro, Islan da Cruz Nogueira, de 24 anos, foi atingido e morreu durante a abordagem. Raimundo apresentava sinais de embriaguez e foi preso em flagrante. Ele responde ao processo em liberdade.