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Justiça julga pedido de anulação de júri que condenou mulher acusada de mandar matar os pais

Triplo homicídio em Brasília vitimou o ex-ministro do TSE, José Guilherme Villela, a mulher dele e a empregada do casal em 2009

Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília

Ex-ministro José Guilherme Vilella e a mulher, Maria Villela
Ex-ministro José Guilherme Vilella e a mulher, Maria Villela

A 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) julga, nesta quinta-feira (23), o pedido de cancelamento do júri que condenou Adriana Villela como mandante do triplo homicídio da 113 Sul. A arquiteta foi considerada culpada pelas mortes do pai, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, da mulher dele e mãe de Adriana, Maria Vilella, e da empregada do casal, Francisca Nascimento.

O crime aconteceu no apartamento onde moravam, no Bloco C da SQS 113 Sul, em Brasília, em 31 de agosto de 2009. A defesa aponta irregularidades no processo. A condenação de Adriana Villela aconteceu 10 anos depois do triplo homicídio, em outubro de 2019. A petição para anular a condenação da ré alega, entre outras coisas, falta de evidências que impliquem a cliente no crime.

Advogados de Adriana reclamam, de “cerceamento da defesa”. Eles afirmam que não puderam ter acesso a mídias com depoimentos de Francisco Mairlon Barros Aguiar, ex-porteiro do Bloco C da 113 Sul, condenado a 55 anos de prisão por participar do crime, e os executores do triplo homicídio, Leonardo Campos Alves, que pegou 60 anos de prisão, e o sobrinho dele, Paulo Cardoso Santana, condenado a 62 anos de prisão.

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De acordo com a defesa, o trio teria negado a participação de Adriana. A arquiteta foi condenada por triplo homicídio qualificado por motivo torpe, por uso de meio que impediu a defesa das vítimas e por crueldade. A Polícia Civil do DF enfrentou diversas dificuldades durante as investigações.


Entre os problemas, a primeira etapa da apuração do caso, a cargo da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), acabou anulada por irregularidades. A delegada Martha Vargas, chefe da unidade, foi condenada por torturar um suspeito e acabou presa e expulsa da corporação. Ela também contratou uma vidente para auxiliar nos trabalhos.

Consta na petição que o processo que resultou na condenação de Adriana tem “mostras de conchavos entre a Polícia Civil do DF e Ministério Público [do DF e Territórios], relatos de torturas dos réus e outras irregularidades que levaram 11 policiais à Justiça, dentre eles, a ex-delegada Martha Vargas”.

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